sábado, 27 de dezembro de 2008

Pandora.


-arruma suas malas...anda, vamos embora, arruma...
Quando entro em paginas como essa, encaro como se estivesse entrando em quartos, parei para entrar no meu próprio e vi. Um quarto, pobre, vazio, com pouca luz, uma caixa de quatro paredes, com pouca ou nenhuma circulação de ar, abafado , quente. Sabe quando as energias são tão fortes que movem objetos? Pratos caindo, copos trincando.
A impulsividade me fez pintar quadros, a impulsividade me fez por regatas brancas velhas rasgadas, cabelo semi-preso, franja rala caindo nos olhos, pincel, o pote de tinta todo derramado, agressividade, riscando de um ponto ao outro, gastando o material, sem moderação, sem cálculos.O momento era esse, e só.
Eu não pinto, não sou inteligente, não admiro gente inteligente, não procuro me aprofundar, não procuro crescer, não procuro mostrar me ser superior, não leio, não costuro, não tenho orgulho do meu bairro,não falo francês,nem italiano, nem árabe, muito menos mandarim, não como em restaurantes típicos, não sou cult, não faço faculdade, odeio esse mundo acadêmico, e eu? Eu desisto todo dia. Eu já acordo desistindo, eu ando pensando em desistir, as pessoas riem comigo pelo meu mal humor, e minha falta de ilusão. Eu não me iludo, eu conheço você, eu conheço aquele ali, eu conheço todo mundo, e eu me reservo a conhecer pouco pra não me afogar. Pq se eu bebo, eu bebo demais, demais de você. Então, me convidaram pra ir embora, sem hesitar, eu arrumei minhas malas e fui,fui embora desse quarto. Como um animal que nunca tinha visto o sol, eu fui ver o sol. Nossa recompensa.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

no.


"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"

''Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
enchendo a minha alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar
tua palavra, tua história
tua verdade fazendo escola
e tua ausência fazendo silêncio em todo lugar
metade de mim
agora é assim
de um lado a poesia o verbo a saudade
do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
e o fim é belo incerto... depende de como você vê
o novo, o credo, a fé que você deposita em você e só
Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você''

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sur.


Respirei fundo, entrei em casa, casa perfumada, cores, flores no jarro, bilhetes na cozinha, harmonia. Que a vida é um teatro eu já sabia, e cada instante uma peça ou um musical. Nesses últimos dias o teatro esteve cheio, e o espetáculo era um espontâneo, não gostamos muito de produzir esse tipo mas por recomendação do nosso superior o fizemos. Nosso personagem principal muito querido, esteve de frente pra platéia, fingindo se de nu, fingindo se de sozinho, fingindo se não de forma pejorativa, e sim de forma reservada. Foi um Maximo, todos explodiram o de soluções para vida, de formas, teve gente levantado se dos lugares indo até ele e tocando o.
Teve gente com tintas, sabe deus de onde tiraram, pintando o ator, colorindo o. Via se nos olhos dele que sua profissão era por amor. Mas perceba, o teatro fecha depois da peça, o ator se limpa e vai pra casa, o ator nunca é apreendido sozinho, ator/personagem, sempre. Meu medo é que um dia se perca essa dimensão, e me perca entre personagem e vida, e te perca entre as cortinas, e entre os lençóis. Baby, ele comprou o jornal e veio ver o sol.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ro.

Acendi a minha vela, sentei me na cadeira de madeira escura, a tarde já caia, molhei minha pena no tinteiro, e comecei a rascunhar meu romance.Acendi minha cigarrilha, enquanto pausava pra desenhar na minha cabeça e decodificar em palavras.

Ou

Abri meu caderno de folhas amarelas, peguei uma caneta tinteiro, acendi meu charuto e iniciei meu romance.

Ou

Abri meu notebook, abri minha Box de cigarros enquanto o computador carregava, acendi meu cigarro, respirei fundo, cigarro no cinzeiro, dedos no teclados, dança intensa das palavras , um romance começando.


Por muito tempo eu achei isso tudo bonito, por muito tempo eu acreditei realmente nisso.A mesma essência escrita em tempos diferentes, as coisas não mudam. As coisas sofrem uma falsa mudança,isto é,fingem que mudam, por que a essência da coisa não muda.É um duro ciclo, as vezes vicioso, aqueles que acreditam na eterna mudança, não enxergam isso com clareza.O mundo é cruel, não há poder maior que justifique as ações que não nos fazem bem, só nos mesmo podemos tentar reduzir las e nos confortar com isso, de repente transferido o juízo de valor a algum ser espiritual superior não é assim uma solução.
Que seja, só sei que não acredito na pureza.Mas ela vive por instantes dentro do ser, ilustramos o momento de uma paixão, paixão, na noção primeira é pura.O resto não mais.A idéia de imediato é pura, o resto é construção.E tudo que não é principio, que não é nascimento, é contaminado com idéias externas , e assim se torna impuro.
O romance que nossos personagem começaram a construir, esse ponto, que não leva nenhuma conceituação filosófica, que é apenas uma ejaculação da arte, esse romance, que grande maioria lê, ou já leu alguma vez, é ele o senhor da historia. Seria muita prepotência minha tentar explicar por qualquer via o que é realmente um romance, por isso ofertarei minha rés opinião aqui.
O romance é filho das epopéias nascido no século dezessete sabe se lá com qual contexto histórico( acreditem não é falta de oportunidade de saber é apenas ausência de interesse mesmo), foi um grande palco de transferência da realidade pra algo que fizesse seus leitores caminhar juntos com o enredo pra caminhos fictícios, algo que afastava a dura realidade para um campo de emoção e figuras de linguagem.Foi também momento aonde o eu lírico falava em primeira pessoa, e em uma poesia intimista, contava as doenças da alma, do amor, do ódio e até da morte.Não, não critico isso, não critico o romance alienista, o mal do século, a prostituição do trabalho está e esteve no limite entre romance e vida real.Minha critica única e intensa é ao romancista que nunca romanceou.Como contar algo que nunca viveu, é como mentir. Ai que entra essa liberdade das artes, não bato palma pra coisas poucos delimitadas, me chame do que quiser, mas gosto de seguir a pista na estrada, gosto de saber para onde estou indo, e aonde vai ter o próximo retorno, e gosto principalmente de falar do que sei, falar do que não sei é inventar.E marcar o que eu sei é subjugar, não é síndrome de Sócrates, nem síndrome de Gabriela ( eu nasci assim, vou morrer assim...), é apenas um texto evasivo, vazio, sem coerência, nem meio, nem fim, só pra você perder o seu tempo em me ler, seja você quem for, seja ql for o motivo que te fez chegar aqui, seja você realmente alguém, eu não disputo atenção nem escrevo entrelinhas, siga a luz no final do corredor, eu sou transparente, até demais.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Deusdará.

Meia hora olhando pro mesmo ponto, eu uma sala fechada as vezes é muito tempo, muito mesmo, meia hora conversando, as vezes me parece dois minutos.Olhava pra cadeira a minha frente, olhava pros artigos de escritório em cima da mesa, olhava pro telefone.Batucava qualquer ritmo na mesa, fitava os quadros do ministério da saúde, propaganda contra o tabaco, desenhava novas propagandas em minha mente.Espera era inevitável, estava pacificamente calmo, amistosamente esperançoso.Fumaria um cigarro se tivesse coragem.Levantaria da minha cadeira e andaria até a janela, se, somente se, tivesse coragem.Mas no estado que eu me encontrava, só de olhar e pensar o mundo já era um ato extremo de coragem, então melhor não abusar muito do meu limite.Quinze minutos a mais, estava na mesma posição inicial, só que com a cabeça mais inclinada pra porta, em uma tentativa ridícula de ouvir os passos dos médicos. Hahaha sou deprimente.E eu resolvi procurar um especialista.
Meu medico tinha mais ou menos a minha idade, só trabalhava de manha no hospital, tinha duas filhas gêmeas e umas estrelas tatuadas no corpo, engraçado quando se faz tatuagens na adolescência depois se fica velho e aquele desenho já não tem mais nada a ver com você, sei disso porque tenho propensão a virar amigo dos meus médicos, e ele me contou sobre suas tatuagens e me mostrou.
Bem quarenta e cinco minutos é muita coisa pro um raio de um exame, levantei me e caminhei devagarzinho para saída, como uma tentativa mesmo que inútil de que meu silencio pudesse atrasar mais um pouco o medico.Deu certo.
Desci os 17 andares, caminhei pro estacionamento, peguei meu carro, peguei transito, ela me ligou, voz cansada, um pouco de humor ainda vivia eu podia sentir, comprei algumas flores.
Passei no apartamento dela, deixei lá, ainda fui perturbado com ela falando que devia estar morrendo mesmo pra eu, levar flores, rimos juntos.Fui me embora, sobre o exame prometi que pegaria, que não estava pronto.Médico me ligou, não quis atender, pela manha iria lá novamente, se somente se, tivesse coragem para repassar o resultado, ou quem sabe para aceitá-lo.
Durante toda minha vida, eu nunca tive medo de muitas coisas, por que acho que o que fica é o que se vive, com intensidade, com o corpo todo, de cabeça, o que morre, não foi vivido, que seja, que vá.O que ficou, ficou pra sempre, enquanto minha memória assim, funcionar.

Três semanas depois, já sabíamos o resultado, ela piorara de uma forma drástica, estava na cti, fui visita la, para dar noticias de algumas coisas novas do trabalho, estava pálida, mas ainda ria, então pra mim, vivia.Sabia melhor do que ninguém que era muito mais psicológico do que outra coisa.

Dois dias, telefone toca, a doida fugira do hospital, estava na minha portaria, fomos beber e ver o mar.


Três dias depois, recaída.Morte.

Não sei lidar com morte, nunca soube, só sei que subitamente, faltou me o chão, faltou me ar.Meu corpo só pedia algo sólido pra se encostar, mas nada era sólido, nada era forte suficientemente pra agüentar toda aquela dor. Todo aquele peso, de dentro e mim.Não havia mais vida, não havia mais nada.Enquanto havia vida, haveria oportunidades de coisas acontecerem, mas e agora?De fato a morte é inexorável, não queria mais estar ali.Queria um coma induzido, por alguns meses, uma amnésia repentina, qualquer tipo de covardia como solução pra mim.
Tive que tomar todos os procedimentos, de caixão, funerária, avisa os mais próximos.Tive que aprender a apreender sem emoção.Não acreditava naquele corpo mais como apenas corpo,morto, não mais vida, palavras, sorrisos, risadas, choros, gritos, aquele corpo já não tinha mais valor algum.Eu a enterrei no melhor cemitério, flores, e rapidez, não queria ficar vivendo aquilo por muito tempo.Algo de valor morreu em mim.Alguma porcentagem do meu coração tinha morrido, haveria de fazer uma reconstituição de algum átrio, pra que vivesse por mais tempo, haveria de continuar a vida.Mas sem muita cor.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

The last but not least.




Temporarily, don´t matter.
Cause, the love is only that comes back for the fight.
And I?
I have got nothing, To offer you.

sábado, 27 de setembro de 2008

Cristal.


Exponho me muito ao escrever.
Exponho me mesmo não sendo o que pareço ser.
Exponho me a ser o que você interpretar.
È um risco muito grande escrever.
Muito grande, pois não sou o que eu escrevo, não acredito, não sigo, não tenciono nada, eu só escrevo.
Como um peixe que morre pela boca, eu poeta morre pelas palavras.
Sou julgada, só de ser lida.Coisificada.Cristalizada.
Exponho me. Dou minha cara à tapa.
Mas gosto mesmo é do ostracismo.Me fechar em uma ostra, quente e confortável. Tudo que você lê você tenta trazer para seu mundo particular.Como se eu escrevesse pra você, como se minha literatura fosse particular.Mas não é.Eu faço isso constantemente.
Eu escrevo para desafogar meus pensamentos, eu invento...E tudo segue uma linha não coerente em qualquer compreensão mas o suficiente para acalmar me.
Eu escrevo eu invento, eu não suporto rótulos, eu quero a paz do lirismos que liberte.
Eu penso todo dia acabar com esse blog.
Todo dia.
Mas não me calam as palavras.Elas não me fogem mais. É só sentar de frente pro Word que elas chovem à litros.Sem coerência sem intenção, palavras a penas.
Mas eu muito me exponho e não quero mais essa vida.
Covarde demais para matar me, covarde demais para assumir responsabilidades.
Aí, na certeza que já foram os piores dias da minha vida, eu aguardo.
Ela um dia virá....ah coragem.Que rude contraste.
Estou saindo de férias.Por tempo indeterminado.
Vou para uma estação de trem vê se resgato mais alguém...

Voice.


Estou completa.
[estou vazia]
Quero você
[e sua vizinha]
Estou apaixonada
[não quero ficar sozinha]
Amo você
[ é tudo mentira]
Vou beber para esquecer
[ é uma alternativa]
Vou fumar pra morrer
[é mais rápido que Ritalina]
Me ajuda viver
[só não casa com a Nina]

Bilhetinho.


''Ah meu bem, não houve mais promessas, não tocamos nos cacos de vidros, secamos nossas lágrimas, compartilhamos da dor, mesmo que inconsciente.

Ah meu bem, abracei lher apertado.Fiz carinho, falei baixinho.

Implorei em silencio a recipricidade, recebi em seus braços.Amei cada segundo com muita intensidade, por mais que esse amor não exista.Fui embora sem me despedir.Voltei sem avisar.Você estava inerte não pode nem chorar.Você sentiu como eu, agora calei suas palavras.Não eu de agora, eu de antes.Não eu, mas alguém como eu.Alguém que por um tempo perdeu o controle , alguém que por um tempo não pensou não calculou.Mas tomou.E aprendeu.Não mais falhar, ninguém te convém, me dá a mão e vem comigo.Eu conheço esse caminho.''

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Misantropia.


Estranho em plena primavera o tempo fechar de tal maneira.Acabou interferindo na minha rotina de ir escrever no parque depois do trabalho, enquanto fumava meu cigarro e tomava meu café expresso pra viagem.Mentira, eu só fui comprar um maço de cigarro na esquina e aproveitar pra ver se tinha chegado a areia do gato,estava um puta vento, e tive que me abaixar todo pra acender meu cigarro.São coisas que o vicio nos faz ....fazer?(...)
Mas de fato eu queria escrever,porém no Brasil ninguém faz isso em um parque, e sim no seu aconchegante apartamento na zona sul.Eu queria escrever, sim eu queria, sobre o que ainda não sei, pois a maldita inspiração dos parques ingleses não me vinha nesse momento.Mas da onde eu tirava a inspiração ou de quem eu a tirava? De ninguém.Escolha minha, eu sou do partido do coração partido.Minha narração em primeira pessoa tem a ver com isso, de certo tempo pra cá, eu decidi por mim todo o meu caminho, todas as escolhas seriam agora de total responsabilidade minha.Por isso me afastei dos corações sensíveis e dependentes.Não queria mais influenciar ninguém nem ser influenciado.A partir desse marco Antonio , seria para Antonio e Antonio em si.Minha narrativa em seus olhos pode parecer parcial, soberbo, mas queridos, convenhamos eu escolho reproduzir fatidicamente minha vida, sem aumenta la se quer em um tom, pois não haveria nada que me fizesse gosta de me vangloriar para as outras pessoas desse trágico mundo.Vangloriar me nesse mundo não é possível, pois eu sou/ faço parte dele, e nele nada brilha , nele nada aflora, ele é sujo, ímpio, e nos da direito a muitas escolhas, destacar esse mundo é destacar o que não merece graça.

Truffaut e Godard andavam meio niilistas, um pouco de tédio também os cercavam, os meus vizinhos cachorros mudaram pra um bairro mais rico que a zona sul, e os deixaram acinzentados.Tenho certeza que eles aceitariam um cigarro se soubesse como utilizar um.Meus felinos mais chegados que os humanos.Isso também foi uma escolha.Um escolha de findar com minhas amizades , ou o que a maioria entende por isso, já que não consegui manter distantes suficiente, nem próximas satisfatoriamente.E sempre sai uma parte a reclamar.No momento, melhor assim.


Mas os insurgentes não descansam, e não satisfeitos com a minha condição tentam freqüentemente muda lá.E digo, por escolha eu bem que gosto.Afinal com toda a minha ma fé,e má fama, lhes pergunto, quem resistiria a uma bela morena, nua na sua cama?
É queridos, não resisti, e ela sobrevive minhas arrogâncias e afastamentos, Bianca, gostosa, inteligente, sexualmente indispensável.Nem o numero do meu celular a pobrezinha tinha.Sorte que não passo mais de um ano viajando, e o porteiro a deixa entrar com certa facilidade, com aqueles seios até Descartes perderia a razão, e não haveria mais duvida nenhuma.Parando de destruir a filosofia, Bianca tentou destruir nosso pacto, mas esconjurei algumas maldiçoes.Mentira, só falei que não ia mais permitir que ela se despisse na minha frente.Mentira, se ela o fizesse eu a comeria novamente, e quantas vezes desse.Isso é verdade, mas ela não poderia saber, por que a danada é oportunista, e ia me prender em suas pernas.

Consegui o cigarro e areia, e chegar em casa molhado pela chuva.Cigarro molhado, areia molhada, e boa trepada. Sim, Bianca tava lá em casa, sim nua na minha cama, sim ...

Minhas filosofias não tinham ido por ralo abaixo, eu me contento com as minhas certezas, que não são absolutas por circunstancias mas me preenchem a alma,apesar dos paradoxos existenciais eu ainda possuo alguma coerência.E vivo de acordo com as minhas escolhas.E vivo bem.Obrigado.Boa noite e boa sorte.... Fumei meu ultimo cigarro, de comemoração pelo gozo.











Parceria Rafaela Nobrega e Ana Flávia Eccard.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Philosophie de vie.

(Bouguereau)
Eu não tenho uma filosofia de vida.
Mesmo sabendo que não ter uma filosofia de vida é ter uma.
A filosofia do não ter.
Mas vamos fingir então que isso não exista.
Vamos então caminhar pensando que eu não tenho uma filosofia de vida.
Algum ponto tem que ser fixo se não,eu não consigo andar, piso em ovos...
Na verdade a gente sabe que constantemente a vida é assim, cada escolha uma renuncia.Escolha o tempo todo.
Mas pessoas como eu, que não possuem filosofia de vida vivem cada dia não sendo o mesmo de ontem.
Por que se eu tivesse uma...eu viveria cultuando a minha filosofia, regando, dando a o que comer e coisa e tal.
A filosofia de vida pode ser entendida como uma hiperbólica megalomaníaca de objetivo de vida.Exemplo se minha filosofia de vida é viver para trabalhar e ser muito bom no que eu faço, é meu objetivo, é viver para que aquilo se realize, e incondicionalmente fazer tudo aquilo que me leve a efetivar minha filosofia/objetivo.
Contudo, eu não tenho uma filosofia de vida.
Não tenho um grande objetivo.
Sabem por que queridos?
Por que eu mudo muito.
Por que a única permanência em mim é a mudança.
''Permanentemente mutável.''
Mas sendo algo permanente como pode ser mutável,? A permanência é a exceção.Tentando assim fazer da minha não filosofia de vida algo hermeticamente concisa, para não haver duvidas poéticas.
Retomando a minha ausência de filosofia de vida devido a minha mutabilidade exponho me as criticas de concluir que sou um nada.
Um nada que muda.
Um nada que se move.
Um nada que sente.Ênfase no sentir, por que só sei que existo quando me pego sentindo por mais que os sentidos sejam falhos,mas eles me dão retorno,a razão é uma mulher ingrata.Ela é agressiva, impiedosa, fria, calculista e forte.É ela que me joga com toda força ao chão.
Amigos seu eu tivesse uma filosofia de vida ela seria libertadora.
Libertadora não no sentindo de deliberada,do oba-oba, não, uma filosofia da escolha mas escolha com responsabilidade por que você não está sozinho no mundo, você tem amiguinhos na sua volta que possuem coração, sentimentos, vida.
Ela não seria propedêutica como a de Aristóteles,não seria hermética como de Kant, nem poética como de Bachelard e nada tão forte e tão duro quanto a de Sartre.
Ela seria uma filosofia sua.
Com seus conceitos, suas formas.É sua vida e a minha também.
É muito mais simples do que se pensa, mas é difícil ser simples.Cansei da filosofia que não é libertação.Cansei da filosofia nominativa...quero vastos campos verdes meus, seus só para nós.”Vamos descobrir tudo de novo”.

domingo, 7 de setembro de 2008

Os desprendidos.


(Alma Tadema)


Os desprendidos


Ricardo é desprendido,Júlio, Roberto, João e Pedro Henrique também são.

Os desprendidos do mundo.

Pessoas como António,Fábio,Cristiano dizem não ser, mas são.

Pessoas desprendidas do mundo são pessoas normais, mas tem suas peculiaridades.

Elas fazem o que elas querem guiando se apenas pelas suas vontades, não existe humanidade, existem pessoas e seus anseios, cada um por si, e que as suas escolhas não influencie ninguém se influenciar a escolha é totalmente de quem se deixou influenciar.A responsabilidade é constantemente transferida, é cada um por si, sendo que o seu ''si'' é um reflexo de suas vontades impulsivas não tendo assim, tanto peso nas suas ações e suas possivéis consequências.Pessoas desprendidas do mundo, elas não vivem o mundo.Por que o mundo é a humanidade, e não o físico, material.Pessoas desprendidas do mundo vivem apenas no seu mundo próprio, que elas acham que são o verdadeiro mundo, da deliberação, da tranquilidade das ações.O mundo em sua totalidade de conceito e conteúdo é o mundo onde vive a humanidade em si , um efeito dominó constante, uma responsabilidade angustiante, não mais por si mas por todos, uma empatia emocional.Mário, Fernando e Augusto são desprendidos do mundo.Eles possuem o mundo, o mundo não possui eles, a superioridade de estar sozinho.

Flávio,Bruno,Eduardo e Rodrigo falam muito, falam tudo, se bobear nem sentiram e já estão falando, eles são prendidos no mundo.Não fogem de sentir as dores de viver preso no mundo, as angustias, desamparos, o choro, o soluço , falta de esperança, a necessidade de um abraço, a espera de uma ligação.O prendidos no mundo são altamente sensivéis, empáticos, fraternos e amparadores, mas dão segurança, uma falsa segurança, mas ela segura a humanidade, ela conforta a humanidade , ela leva a humanidade pra frente.Por que o ser humano vive de paixão, e paixão motiva.

A contemplação da vida e a escolha de uma participação na vida de outras pessoas.Um ilusão de viver por inteiro de viver para si em um mundo próprio, a preocupação com o do lado.O dilema de respirar.E transitar entre esses dois pólos em busca da posição perfeita.Que não seja a mais confortável, por que confortabilidade acomoda, e quem acomoda para, e quem cessa de mudar cessa de existir.E você de que lado você samba?

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Mulher.

(Degas)

-É tudo nosso espanca e cuida.

-Com uma condição?

-Não não, é só fuga...

-Se amanha não for nada disso..

-É so vc esquecer...

-É, eu vou sobreviver...

-Consegue dormir?

-Sim, claro, sou cabrahomi.Mulher só serve para duas coisas,encher o saco e fazer falta.
ps:influencias de músicas e teatro, de forma explicita.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Raça.

e você tem que ter força.
para seguir,levantar a cabeça, olhar pra frente.
levantar.
E força.
E força, pra ver queridos do tipo muito amados indo embora.
E força.
Força pra segurar os pepinos,força pra segurar os outros.
Eu não me seguro, nem tenho força.
Eu só me distraio.
Não tem jeito, é a única coisa que não tem jeito.
É única coisa que nos torna cem por cento vulneravéis, é a única coisa que não se remedia.
É única coisa que eu não me conformo, só entendo.
e levanto.
Por que essa necessidade de se segurar em alguém, quando não se sabe nada de amanha.Nem de si nem de lá.Nem de ninguém.
Já não sei por que motivo gosto de alguém.
Sinceramente.
Já não sei, eu só levanto.
Parar não combina comigo,não combina com ela.
Sei lá, sou do tipo muito covarde,sou do tipo muito sujo, sou do tipo que me seguro pra chorar.(dor)
E só choro três meses depois por que falaram alto comigo,mentira.
Além de tudo sou hipocrita.
E não não mereço a morte, por que morte é pros nobres e se matar é pros fortes,eu mereço a vida e todas a implicações que ela me implica, e olha que a danada é implicante comigo,me causa quedar, me causa gozo,sorrisos adornos.Poucas sabem,pouquissimo sabem.Nem nos dedos da pra contar.
Me voltem com a visão de simplicidade e paixão que eu tinha da vida.
me voltem.
ou me levem na calmaria.
e eu sinceramente não sei por que vcs se foram.

domingo, 31 de agosto de 2008

Incomodo.


Entrou no meu café, sentou na minha mesa, pediu o meu pedido.
Riu dos meus amigos,cortejou meu namorado,paquerou minha loja preferida.
Comprou meus livros(iguais aos meus), escreveu os meus poemas na contra capa dos livros,fez carinho nos meu felinos da rua.
Não era eu, nem parecida,coincidências vividas.
Perdi minha serenidade.Lá se foi a minha paz.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

don't drop me here.


Passou apenas meia hora e eu já vou pro meu quarto cigarro.Caminho no corredor do meu apertado apartamento.Meu pai veio me visitar e aproveitar para assinar uns papéis do contrato de locação.Ele reclama da fumaça, mas continuo a fumar e a andar de um lado pro outro,segurando com as duas mãos minha xícara de chá, já frio.Estou angustiada, estou me sentindo sozinha, minhas paixões já não me entretém , parei de pintar a duas semanas, não toquei mais no pincel, meus desenhos ficaram pela metade,espera desse momento me deixou anciosa, fui trocada.Fui tocada pelo ciúmes que me roeu a alma, tentei racionalmente entender o motivo desse ciúmes, medo de perder?Insegurança?Desconfiança?Medo de perder o que?Medo de perder as coisas boas, medo de ser trocada?Trocada pelo novo que é sempre melhor, trocada pelos meus defeitos que já não dão para serem esquecidos.Quem falou que eu to sozinha?Insegurança de não satisfazer o outro por completo, insegurança de achar quem uma simples olhada para outra pessoa já vai levá-lo para longe?E o que vivemos?Relacionamentos só efêmeros, relacionamentos são instante, relacionamentos não são relacionamentos, não é mutuo,não é justo.Um dar de mais, se dá de alma, outro não se envolve tanto,um assina contrato, outro sai correndo.Sim,são efêmeros.Desconfiança sim, por que o homem é permanentemente mutável, e tudo nessa vida é circunstancial e instantâneo, é falar no gerúndio “estou te amando’’, ‘’estou gostando de você’’, não é planejar se no futuro, não é viver de um passado, é o agora, nesse instante, passou segundos não é mais, homem nenhum pode ponderar esse tempo de mutabilidade e arrisca lhe o pescoço,e jurar alma que não possui.É ser falso, toma sua responsabilidade e desprende se dessas amarras, que te pregaram no mesmo lugar, movimente se,viver, é vive no momento é ser intenso, por que do futuro só sabemos que iremos mudar,várias vezes ao dias, várias vezes por mês,varias vidas por mudas.Desconfiança sim,até quanto mon dieu?Para sempre fadada a essa insegurança esse desamparo do mundo?Projetar se ser forte,viril, frio, calculista e um tanto apaixonado.Ok eu caso com você.E escolho assim arriscar me ao acaso da vida, já que tenho de ser intensa suficiente para qualificar minha vida como vida, então arrisco me nessa encruzilhada vital.Assino assim meu risco, sabendo da minha responsabilidade.Fui trocada pela despedida de solteiros.

sábado, 23 de agosto de 2008

Sickboy.

( DALI)


Acho que não deveria existir o prefixo ex, que denota algo que você não é mais(essas interlocuções obvias são ótimas, me deixam com ar de aurélio inatingivél).Esse prefixo ora comporta se como algo depreciativo ora com algo honroso, explicitemos ambos os casos, quando você ta falando daquela menina bonita que ta rolando o clima, tem uma amigo(feio, que não pega ninguém) que sempre intervêm e diz:- mas ela tem namorado, ai você grita triunfante EX NAMORADO, ok?!E quando vc é a ex namorado, e tem alguém que grita isso...também não é legal.Agora vc esta se perguntando e quando que é bom? Quando aquela vizinha te ver passando com um cigarro, reclama pra caralho da fumaça, te para e diz:- eu sou EX –fumante. Toda triunfante, um exemplo de força e determinação, é bom pra ela, e não o pobre ser que escuta os discurso olhando pros dentes dela ( enquanto ela fala, você pensa: - foda se você ,minha senhora).E quando aquela professora fodona que te deu aula quando a professora de matemática faltou, ta no RJTV falando da educação, você vira pra tua amiga na lanchonete e mete essa:- sou ex- aluno dela >Sorridente,serelepe, se achando.Ela te deu UMA aula, não sabe teu nome, e ta falando merda na televisão, mas pelo menos está na televisão.Por esse e outros exemplos da precariedade do reconhecimento humano, eu repugno o prefixo Ex e tudo que esse mínimo objeto gramatical trás com ele, nem a parte boa dele é realmente boa,amigos,não existe EX-alguma coisa, ou você é, ou você não é, não importa se você já foi, se já foi já faz tempo e mesmo que o tempo não seja muito você não esta sendo mais, eu defendo o instante, tudo na vida é momentâneo e circunstancial.No caso da chegado ao fim desse texto tudo que esta acima já não faz mais sentido nenhum.Quero deixa bem claro a todos, que eu não sou ex de nada nem ninguém.Ou eu fui ou eu sou,e se já fui, não considere muito por que se deixei de ser algum motivo teve, e algum motivo bem forte.Se pediram meu empichemant, amigos, fudeu de vez.


Ok, não consigo me calar, é incrível.Esse texto com um pouco de raiva no coração me fez lembrar das minha redações polémicas que escrevi a partir de 2004, sem cessar.Polémicas não por que eu inventei um novo estilo literário,nem tão pouco por falar de aborto e descrever o sangue na parede e os urros de dor com a mulher matando seu próprio feto com um cabide,não nada disso.A questão era política brasileira, e o tema era problematizar de forma que o assunto polémico ficasse generalizado com soluções que servisse de um particular para um todo.E eu sempre o fiz, por que eu realmente gostava de reclamar do sistema , e no fim das minhas redações com toda minha melancolia usar uma boa metáfora que dizia que no fundo eu acreditava no ser humano mas que o país não tinha jeito, por isso eu iria trabalhar em um café( desculpa a falta de modesta mas eu sei fazer um café..) parisiense.Ai você pergunta, que diabos essa criatura ta falando, eu lhe digo caro amigo, de todas as minhas redações feitas com todo um aparato gramatical e conteudista, a única publicada e reconhecida foi a que não era política, que foi feita em sala de aula em vinte minutos, aonde eu transformei uma piada em historia.A antologia foi publicada, eu dei entrevista pra folha dirigida,tirei foto com o diretor da escola e ainda tive um café da manha delicioso no lançamento desta piada.Piada comigo, que não esperava mas curti a fase, e piada com meu espírito escritor mal resolvido frustrado mais do que nunca.Eu passei todos os meus anos escrevendo sobre algo que vivíamos, sobre nossa realidade, criticando os sistema, dando alternativas pro vestibular, falando do ensino brasileiro, xingando o mensalão, corrupção, Brasília, a porra toda.E fui reconhecida quando citei Joãozinho.É serio gente, o nome do meu personagem é Joãozinho, ele pediu dinheiro para dar para um velhinho , a mãe ficou toda pomposa com a ação do menino.Era um velhinho gritando: pipoca,pipoca quentinha.


Sem mais palavras(...), eu me pergunto por que continuo com um blog, vou escrever piada.Se nada der certo eu viro humorista (do caos).












Autor: Carlos Celso.

Moimerci.

( DALI)



Quero engolir o mundo.


sábado, 16 de agosto de 2008

ego-ísmo.


-Meu amor, existem coisas que tem que ser ditas.
[suspirou fundo]
-E eu vou te dizer, pra você não me aborrecer no futuro...Ricardo põe as rosas perto do bolo, ai não ficou ridículo, lá lá...
-então como eu estava falando...
[ a menina olhou pra pessoa que falava.]
-Não me olha assim, é simples, você não é especial, ninguém é especial, você é como os outros.Enquanto for do interesse de alguém você terá um pouco mais de atenção, mas ao contrario, você é normal.Não fique se achando especial, por que você não é.E o mundo é como uma foto, feito de instantes, logo tudo muda em uma rapidez que as vezes não se percebe.....Não fique achando por que fez isso ou aquilo vai ser diferente, por que você fez por que quis, e não pela pessoa.Por que se alguma hora você for fazer algo esperando retribuição, minha pequena, essa é a maior hipocrisia do mundo.Faça por que quer.
-Ricardo cadê a toalha de mesa?Cadê o painel?Ricardo eu to conversando com ela, e quanto eu terminar eu quero tudo pronto, vai acabar atrasando tudo ...
-Então,retomando...[passou a mão no rosto e voltou se para a menina],o tempo que passou, por mais redundante que pareça agora é passado, e a vida não deixa de ser um disco repetido tudo vai acontecendo novamente e o que motiva,é o amanha é o novo, mas o novo minha gatinha, fica velho, e enquanto não dermos o braço a torce, a busca vai ser infinita.E eu acho ótimo que isso aconteça com você, afinal, acomodação humana estagna a evolução mental.Ficar parada minha princesa só atrapalha o maturidade,é necessário tirar essa fita que te tapa os olhos,o mundo é cruel,sentimentos bons são circunstanciais e morrem fácil fácil, mas não se pode parar de acreditar, não se pode parar de imaginar, sonhar e apaixonar se, mesmo que seja pela mesma coisa ,pela mesmas pessoa, a mente tem que ficar ocupada, se não ela começa a se fechar a se limitar e a sufocar o ser.Mas se for para viajar em um mundo de fantasias e coisas boas. Cuidado.O tombo costuma ser doloroso, o que vai definir ele. Vai ser o tempo,de queda, agora ou daqui a pouco, por que de qualquer jeito você vai cair, meu anjo.Considere sempre que te fez bem, considere muito quem te fez bem, não deixe que o mal entendido sobrepuje o bem que te fizeram.Um sorriso sincero tem muito valor, mais valor do que uma lágrima oriunda de palavras estabanadas que saíram quando o silencio tinha que ter tomado as rédeas da situação.
-...Tia...
[os olhos da menina era marcantes, e ela fitava a mulher falando]
-Você ta entendendo o que eu to falando?
-..Tia..Eu só estava brincando.

(...)

Livia,old.

Renoir

"Era simples,era muito simples mas foi invadido pela ira de todos os anjos,só é ira de todos os anjos.Era aquele sorriso que me fazia sorrir junto,era aquele minuto devaneio,demente que me fazia por inteiro, que se foi.Não posso acreditar que tenha sido por ele,por isso acho que foi trabalho dos deuses’’.
Terminara de escrever,fechara o livrinho de capa preta onde anotava os significados de suas tatuagens,e era essa a última.E selava mais uma de suas dores no seu corpo,Ira dos anjos,te acompanhava agora,fiel,um tanto redundante por que por mais que não existisse a tatuagem existia a lembrança que nunca se quer dormira nesses quase cinco anos de separação,agora porém,existiam as duas.Mas ira dos anjos era ambígua que só,a mesma ira que arrancou o seu amor,brincou de ir e vir da vida da sua alma.Transcorria quase dez anos de casamentos,filhos,drogas,sexo,viagens,desordem hybris e Baco.E sua vida era assim,Lívia tinha um pouco mais de trinta anos,uma filha de quatorze,um ex marido de trinta e cinco,um atual de vinte e oito.O corpo quase todo fechado por tatuagens,um cabelo comprido liso,com mexas aleatória de diversas cores,um tipo meio estranho, mais idealizado por muitos homens, de um temperamento singular, de uma dor intensa.E uma historia imensa.







ps:(não terminado,aproximadamente 3 anos de existencia.)

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Sufoco.

(DALI)

Estou doente, não sei se é do físico ou do psicológico mas estou doente.
Meu corpo ta dormente.Estou sem ânimo, essa doença me prende da garganta até a boca do estômago,mal consigo respirar, é como se uma via de respiração lutasse contra uma enorme corrente de ar só para me manter a vida.Estou doente.
Abro os olhos, fecho os olhos, pisco sem parar.
Sinto um frio, o sol ta queimando lá fora, o dia ta bonito não dá para me enganar.
Ficar triste em dias chuvosos é mole, quero ver sofrer em dias ensolarados.
Eu to doente.
Meu lado esquerdo está dormente,quente,meu lado direito está apenas encaixado.Já não tenho mais esperança.
Minha garganta seca.Não sinto fome.
Mal me mexo, não tenho força, meu telefone toca quero fingir normalidade, mas tenho que ser falso, ai aviso, não obrigado pelo convite amigo, estou doente.Não se preocupe, quando melhorar eu vou sim.Agradeço a tecnologia do sem fio,nem me mexo e volto a pensar.Desculpa não quero conversar, eu to doente sem esperança.Sou invisível sem sorte.
Estou morrendo de amores.
Estou muito doente.
Antes na minha juventude eu levantava, fazia planos, rodava pela casa, escutava música e lembrava, e saia procurando pela rua , ligava, ia e vinha.
Mas dessa vez a doença me pegou, eu não canto, não escrevo,não toco violão, não pinto, nem leio.
Eu só morro.
Estou fadado a sofrer, estou fomentando em dor, está intrínseco em mim.Não sou daqui.
Penso em parar tudo que comecei, e o que eu não parei é claro.Antes da doença me pegar estava costurando uma blusa,pra ela .
Estou deitado, estou inerte, estou latente.
Depois de sofrer tudo isso percebo que não se passou nem vinte minutos,não to afim de levantar nem para tomar um café, meu cigarro eu deixei pra lá.Não lembro nem se fechei o carro.Vou largar o trabalho.Penso em me mudar.Mas é só o fisico ,o mental vai estar colado em mim.O tempo demora passar.A dor não cura com o tempo só muda o holofote, muda a atenção.
Maldito sentidos humanos.
Nesse estágio da minha doença eu não sonho mais acordado, eu não faço planos, pego no balão de oxigênio imaginário.Inalo.
A dor não é concentrada, ela é ampla, espalhada, uma áurea que encobre tudo em mim e me abraça aconchegantemente.
Estou morrendo de amores.
Estou sim.
Preciso de uma decisão, preciso chamar seu nome.
Preciso de um pedaço de mar.
Preciso sim.
Durmo, assim.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Fausto Pompa.


-eu odeio você...
[pausa pra risada espontânea]
-tudo bem querida,ta tudo bem...
Poe a mão na nunca e se espreguiça.
-não to brincando, é serio, eu odeio você por inteiro...Seus trejeitos, seu jeito de falar, andar , olhar, ler, comer, dirigir, cuspir, tanto faz, é muito ódio.
-Tudo bem querida...
-Como tudo bem?Eu odeio você porra, sai daqui...
[ela se exalta]
-é mentira , você não me odeia .
[tira os óculos e a encara]
-Tá achando que isso é o que?Emoções poéticas?Vamos dançar juntos ao som do luar?E almejas os sons mais bonitos da floresta?Cai na real, eu odeio você, agora sai da minha vida.
[ela põe o óculos escuro]


[ambos tomam um gole nos seus respectivos café e saem da padaria cada um em uma direção]



II

-Se me odeia por que está aqui?:
-Me deixa entrar, por favor...
-Entra, mas me diz o que quer.
-Quero contar te uma coisa.
-Conta ,estou sendo indiferente, você é muito além da minha contemplação.
-Me apaixonei novamente
-Parabéns.
[silencio]
-Não vai perguntar por quem?
-Não, pra mim tanto faz.
-Você sabe que isso é mentira, seu merda.
-Não, não é....pode sair agora.Já contou o que queria.
[tapa na cara]



III

-Por que eu me entrego fácil?Você é maluca, doentia, me dá arrepios.
- Eu amo você, ok?Cala a boca.
[se levanta nu e vai para a cozinha, enquanto ela resmunga meia dúzia de palavras em estrangeiro assistindo filme na tv.]

(...)
[ele volta,desliga a tv, sobe em cima dela]


[sexo com raiva é muito mais gostoso]

(...)

domingo, 3 de agosto de 2008

Nota.

(Alma Tadema)
São esses os personagens.Agora trabalharemos na história mentalmente pré montada, remontada,esquartejada,esquecida e ignorada.Só que essa brincadeira só ira acontecer quando a filha da puta da pessoa que escreve estiver concentrada suficiente para se dar nisso.Enquanto isso vamos usando isso aqui de mini diário pro meu eu-lírico aflorar,precisa reconhecer o ambiente antes de ir pro mundo.Vãs palavras que não significam nada só explicam a seriedade da literatura in my life.Pausa pro café, uma ligação.E volto ao ostracismo induzido.Aquele que você vai por preguiça e só sai quando se apaixona ou está triste.Eu sou poeta das desgraças.Eu me apaixono e fico triste.Se apaixonar é muito mais legal, a paixão move a vida, pelo menos a minha.Aí fico triste.Palavras infantis.Aguardem queridos fantasmas,ou não. Escrevo pra tornar publico pq se não,salvava no word.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Thaís.


Apresento me como ultima personagem.

Thaís-18 anos


Falar um pouco da minha vida e resumir ela em minha juventude.Engraçado que quando se é jovem sua cabeça não para um minutos, você quer agarrar o mundo com as mãos.Eu to no vestibular quero fazer biologia.Antes queria medicina,mas sabe muito difícil,muitos anos tentando resolvi tentar biologia e no futuro faço medicina.Legal também de ser jovem é a quantidade de planos e a consciência que você vai realizar todos os eles, com certeza, se você não consegue nem entregar o trabalho de casa de matemática no dia, ou se entrega copiou de alguém.Engraçado mesmo são as aventuras, o gosto da coisa escondida, o beijo naquele garoto, eu mal acredito quando penso que beijei ele.Para você se relacionar com alguém você tem algumas etapas pra passar você que escolhe a ordem.Podem ser: você fica e conhece, você conhece e fica ou você conhece e acontece, ou você só conhece por que ta ficando.Nem acho que o beijo na boca tenha se tornado banal não, a diferença é como se chama.Se você fica ficando e conversando ta namorando se você fica de boca calada você é doente.hahaha.Boca tem tudo o mesmo gosto, o que te prende é a cabeça.Eu nunca me apaixonei por um par de músculos, nunca me apaixonei por olhos verdes, eu sempre gostei do conjunto inteiro ok?Hahahahaha sou uma criança,metida adulta, sei lá, nada faço de produtivo,nada faço que de renda, meus pais me banca o tempo todo, e isso me cansa mas sei la meus planos não vão se realizar.Tenho medo de ser pra sempre a Tátá, com cara de 15 anos meio perturbada que fala alto.Um eterna adolescente com síndrome de véspera de vinte anos.Ai eu penso. Pra que isso tudo?Pra que estudar trabalhar ganhar dinheiro,merda de provas que não avaliam nada, merda de insegurança, de medo, de paixão,merda de vida boa que não posso me queixar pq tem gente que ta muito pior.Merda merda merda.Cortei meus cabelos compridos, li Aluizio de Azevedo, tomei milkshake no mc donalds usando meu all star, liguei pro Bruno,liguei pra Paulinha e pra Ale.Vi um pedaço de eu a patroa e as crianças e me imaginei no big brother e depois me imaginei no intercâmbio em Miami, falando meu ingles do Brasas, e curtindo uma praia longe das ondas.E tudo isso só pra mostrar como penso em coisa inútil e como nada tem coerência, e como serei assim uma pessoa adulta com preocupações e responsabilidades, alguém sabe me explica?Alguém pode me aliviar?Merda merda merda.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Adriano.




Minha página,agradeço desde já a oportunidade.





Rio,dezembro 2007.





Eu digo que as coisas acontecem pra mim, eu não busco nada, elas acontecem.E foi mais ou menos assim,Ela aconteceu pra mim.Eu já fazia curso de desenho a pelo menos uns dois anos e meio, e ela entrou.Era no mínimo interessante, não pude ignorar, porem isso não significou nada, me aproximei nas aulas afinal eu era o monitor na época,desenhava como uma iniciante, legal ver alguém se desenvolver na mesma arte que você, claro que no desenho cada um segue o seu traço mas as dificuldades acabam sendo as mesmas.Eu desenho, desenhos realistas, ela gosta mais dos tradicionais.Eu só me aproximei pra conhecer, eu gosto de conhecer pessoas é importante troca figuras com todas os tipos de pessoa, eu tentei evitar a investidas da cara de anjo, porém eu sou homem neh, e sozinho por alguns meses, logo era um tanto complicado ficar pensando pensando e não fazer nada.Num show que por acaso encontrei com ela, na verdade eu acho que ela foi na esperança de me encontrar, mas tudo bem,vamos fingir que foi o querido destino.A gente ficou, foi ótimo, o novo é sempre bom,era uma pessoa linda, acho que sem perceber me envolvi e neguei até o fim que estava envolvido, eu tenho um auto controle absurdo eu vou até aonde posso ir,é fantástico, meus sentidos nunca falharam.Mas o desfecho dessa historia eu concordo que não esperava.Fomos crescendo um com outro,eu demorei pra perceber isso.A companhia era ótima engraçada,sarcástica as vezes sem assunto mas companhia.Faltava uma certa intimidade mas o tempo se encarrega dos detalhes.E foi assim,simples,fulgás,corpos se encontraram,mentes se harmonizam,ideias se encaixam, não quis admitir mas estava dando certo, eu conseguia até imaginar um futuro juntos.Atrás de uma forte muralha eu era romântico, eu era apaixonado, eu gostava dela, e certas coisas até me machucavam, eu tinha ciúmes, mas não poderia demonstrar nada disso por que isso seria fraqueza.Foram sete meses de união sem classificação.Eu não esperava nada dela, só que vivesse bem e eu também.Nós riamos,bebíamos,descobriamos,eu não a procurava, como falei, me bastava em ser procurado, me bastava em ser achado era só me buscar, e assim eu dava corda,nenhuma das minhas relações são feitas de continuidade,nenhuma das minhas relações são tão próximas que durem,era um forma de cultivar.A danada deu continuidade na minha descontinuidade, e sumiu de vista, eu não procurei por que nunca tinha procurado e nossa relação dava certo assim, ela não me buscou mais, e acabou.E o pior que sei que ela fez isso para eu procura-lá,ela fez para me testar, mas que pena.Foi se embora um pouco de alegria.Sinto falta não posso negar, mas procurar já é demais pra mim.Eu deixo que as coisas me atropelem eu não atropelo nem invado ninguém, eu deixo que entrem no me terreiro,mas eu não chamo nem dou o endereço.Eu simplesmente permito quando quero, quando não quero corto pela raiz.Agora vou fumar um cigarro e procurar algo para me apaixonar, é uma merda ter consciência que tudo tem fim, e que vivemos para o final.E acredito que o melhor das coisas é o seu fim.E esse é o fim do meu texto, e esse é o fim.E esse sou eu,ser vil e banal.Eu.





Adriano-22 anos- São Paulo.

Bia


Olá,darlin!

Prazer poder mandar uma pagina do meu blog,mas escrevo tanto que nem sei o que mandar, meu primeiro dilema neh?hahaha

Aí resolvi fazer um resuminho da minha vida pra mandar.

Tenho 21 anos, moro com meus pais,faço faculdade de adm,não trabalho ,papai me banca,hahahaha.Eu tenho um cãozinho também e amo muito o Lineu, acho que não sei mais viver sem esse bagunceiro.

Não tenho namorado,as vezes arrumo algumas paqueras mas nada serio.Já tive um grande namorado mas terminou,mal vejo ele hoje em dia,sofri muito sabe gente,foi horrivél,muito doido ele cara,me deixar assim,eu completamente apaixonada por ele sabe,tinha mudado minha vida por completo,só fazia o que ele queria e tal.Mas já foi sabe passou, ainda doi,ainda mais agora que ele ta noivo de uma loira ae,po a mina é gata.Po mos disparate disse que queria viver mais sozinho e blabla.

No final de semana eu costumo ir pra ilha grande lá eu navego, escrevo, me distancio um pouco do movimentado Rio, e sempre levo algumas amigas pra gente fazer alguma besterinha sabe,beber dançar essas coisas.

Tenho cabelos compridos loiros, estratura média,e sou muito risonha.

Tenho uma tatuagem de dragão nas costas também, e alguns piercings.

Espero ser escolhida porque tenho muita ainda por fazer e acho que vou movimentar essa historia!

beijos millll



=)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Jorge.


Olá,vou me inscrever também,nada tenho a perder mesmo.

Meu nome é Jorge, sou formado em Artes, trabalho em uma agência e sou curador de dois museus.Actualmente estou morando em um apartamento na zona sul,não tenho carro, não gosto de dirigir,não ganho muito bem,mas o suficiente pra viver com certa tranquilidade e sozinho.Sim,vivo sozinho.Eu e minha gata Lakshmi.Sou homossexual.Não tenho problema nenhum com isso também, nem no trabalho nem n dia-a-dia, tive alguns pequeno problemas na adolescência,mas Deus me deu uma mãe muito compreensiva, que até a pouco tempo esteve ao meu lado.Durante minha juventude eu tive algumas namoradas, pessoas incrivéis, projecto de belas mulheres, lindas ,tão diferentes uma das outras, umas meigas outras mais agressivas,sexuais ou não,beijos na boca,carinhos na nuca,companhia e sexo.Eu tentei aproveitar o máximo o que eu acreditava ser minha masculinidade, mas era incompleto.Foi com um amigo da faculdade,pra ser mais exacto no ultimo ano da faculdade por quem me apaixonei.Lutei contra,sumi da faculdade, pintei um dos meus melhores quadros nessa época, eu me auto denomino como artista da tristeza, pois são nessas horas que melhor produzo.Se um artista de verdade ler isso ficara uma fera,mas supere, eu superei e trabalho com isso.Minha vida caminhou nesses últimos anos para uma via muito tranquila, tenho uns três amigos,instantes,mas amigos.Sou um animal sozinho e taciturno,e gosto de ser assim, mas sei que tenho amigos e isso que importa.Minhas relações são todas próximas demais para serem continuas, ninguém sabe de mim direito,ninguém se quer sabe qual será minha reacção.Eu me fechei do mundo para não me envolver para não sofrer.Namorados eu tive alguns, o ultimo veio morar comigo contra a minha vontade, eu já esperava o fim.Eu sou trágico eu começo sabendo que tem fim por que tudo acaba,mas eu espero o fim.Como se assistisse um grande espetaculo e o fim fosse o auge da obra.Minhas relações pessoais são assim, eu espero fim.E o espero sorrindo, e guardando somente os momentos mais belos.E acabou e fim.Ele foi embora, chorando,me doeu eu senti na pele, mesmo gostando do escuro e solitário ter alguém ao seu lado é uma sensação de segurança absurda, apesar de ser de Leão eu sou muito inseguro. Final do mês que vem faço 40 anos, acredite estou um pouco chocado com isso,vou viajar, vou pra Europa com uma velha amiga e ex namorada.Pessoa fantástica mas me causa náuseas, por isso combinamos de ficamos distantes um do outro só se encontrar as vezes, rimos disso,mas melhor já sair com tudo combinado, se sair do contrato paga multa ok!?Trocadilho interno de pessoas proximamente distantes.Resumir minha vida é doloroso, é ver um homem com certa idade, sozinho por escolha, e satisfeito.Contrariando toda a expectativa normal, de família, união e etc.Meu celular ta tocando tenho que ir me arruma para trabalhar.Agradeço a linda da Chris por me enviar esse email, eu já decorei a casa da Chris apesar de não ser decorador mas aceitei o convite, tomamos um chopp e nunca mais nos falamos ,apenas formalmente pelo email.hahahaha

Grande beijo.E não espero ser seleccionado, vai me dar muito trabalho.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Luiza.


O saldo do dia-( café da manha+ biscoitos+almoço+chocolate+cafezinho+lanche do mc donald; 14 cigarros (chefe do departamento ta viajando posso fumar a vontade) ; três ligaçoes atendidas minha mãe, minha mãe outra vez e telemarketing de remédios para emagrecimento( sim, eu me cadastrei) ; quase um kilo ganho e cabelo fedendo a fumaça e mais um dia sozinha comendo fast food em casa.)



Inventei de fazer um encontro de amigos solteirões toda quinta, e essa quinta vai ser na minha casa.Eu realmente amo meus amigos, são poucos mais são deliciosos.Mas sabe depois de uma certa idade, trabalhando o dia inteiro eu to meio sem animo, mas assim que terminar minha batata e esse seriado na televisão eu vou ao supermercado comprar algumas coisas pro jantar.



uma hora e meia depois.


o seriado até acabou mas me perdi no polishop, ta vendendo uma churrasqueira domestica show de bola,acho que vou comprar e fazer um churrasquinho pros meus queridos.



uma hora depois.

Puta que pariu, quarenta minutos pra comprar essa budega escrota e só chega daqui a três dias, tudo bem, ta comprado ,amanha faço algo ao forno mesmo tanto faz.É só eu caprichar na bebida,vou ao supermercado agora.


ok uma hora e quinze minutos da madruga.


compras feitas.

Vou dormir.

Banho amanha de manha,mais um cigarro e tibum na cama.


07:45 am

puta que O pariu, maldito despertado.status: atrasada.

banho de 5 minutos, cabelo sem secar ondulado que é uma porra,jeans apertado, engordei.

metro lotado.

Esporro do supervisor, lembrando o chefe ta viajando.


10:45

A Manoela, menina moça bem cuidada, noiva, terminou a faculdade agora, sortuda, cú pra lua, chegou hoje e me perguntou se eu tinha engordado.

anotando em letras garrafais na agenda

DIETA EMERGENCIAL.

Hj eu almoço salada.



18:59 pm

Terminando esse contrato eu vou me embora, fazer o jantar.

Porra,sujei meu jeans apertado de café.

Digamos que eu não tenha muita sorte, e que affair não me liga a uma semana.Sem sexo a uma semana= mal humor + baixa expectativa de vida junto com excesso de gordura localizada.



No metro liguei pra Angelica confirmei o jantar,não satisfeita liguei pro Lucas.

Lucas é meu affair.

Lucas não atendeu.

Estou neurotica porém hoje tenho com que me distrair, enquanto viajo pra casa nesse delicioso trem enlatado, vou desenhando o que vou fazer.Torta de Atum, arroz, frango ao forno com cerveja.Vinho e cerveja.

Chocolate.




7 :23 pm.

Caralhos me mordam, a torta não pegou o ponto, a arroz grudou, o frango se afagou com tanta cerveja.Meu cigarro acabou, Lucas não retornou.Cintia ligou, Paulo vem também.




9:00 pm.

meus amigos atrasaram, liguei pro padaria eles mandaram um mini buffet.Tomei banho, raspei a perna, vai da tudo certo.




02:00 pm.

Lucas veio também, vai dormir aqui.A reunião foi otima matamos um pouco a saudades, semana que vem na casa do Paulo.












Luiza -37 anos-Rio Capital

Luis

(Ponte Costa e Silva-RJ)



Ok, minha ultima página do blog.
Espero ser selecionado.


Mês de junho 2006.


Então vou relatar minha ultima viagem.No primeiro sábado do mês, peguei meu humilde cartão de credito pus no bolso, e sai.Tudo bem,não foi só o cartão de credito,ok.Eu peguei uma mochila,meu óculos escuro,uma garrafa d'agua, e fui.Fui pro aeroporto, depois que saísse do páis eu pegaria ónibus,trens, albergues,almoçaria pão,sei lá qualquer coisa, e fui.Tudo bem, eu me despedi da minha mãe, dois amigos...e a menina que eu sou apaixonado a alguns anos, contudo não estamos mais juntos.Essas dificuldades da vida a dois.Tá bom, ok.Peguei minha mochila e fui, ónibus até a aeroporto, fotos do meu rio.Ponte aérea comprada, em uma hora.Embarquei.Frio na barriga, não gosto mto dessas coisas aéreas não,quando pulei de para-quedas quase morri.Mentira,nunca puleei de para-quedas.O blog é meu eu posso mentir a vontade,certo?Ok.
Fiz uma fezinha antes de viajar,eu sou católico como todo bom brasileiro,mas tenho uma imagem de iansã na minha casa, e eu acredito nela sabe, me protege legal.Chegando lá, foram duas semanas de fotos, alimentação estranha e pouco sono.Conheci muita gente, durante quase uma semana conheci o litoral junto a um colombiano, gente boa.No final das contas não quis mais voltar, liguei pra minha mãe avisei, e comecei a morar em alguns lugares.Em cada três meses mudava de estado.No final de um ano voltei pra fechar algumas coisas, como meu apartamento e vender meus moveis.Consegui um dinheiro bom, que me sustentou por alguns meses,nem precisei trabalhar em um dos estados que morei.Me desprendi do material, e o mais legal de todos, me desprendi dos obstáculos, que seguram a gente, que nos põe medo, que nos impedem de ir mais fundo.Eu sempre vivi sozinho,e não me arrependi, conheci algumas garotas, teve uma que colou comigo por quase um ano, mas não resistiu. O ser humano necessita de reconhecimento e eu sou uma excepção, necessito de asas.Parei de fumar,beber só coisas regionais para experimentar e comer só naturais para alimentar.Vivi por algum tempo.Vivi bem por algum tempo.


Luís Eduardo-Miracema- 27 anos

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Caroline.

(Jacare's por do sol/PB)
Me inscrevo então.

Tái minha página do blog.




21 de agosto 2003.


Vivo bem com você.A busca incessante se findou,vivo só pra você.Posso até sair por ae,beber, e não me lembrar de nada...mas é só pra você.Querer cuidar e querer saber, só por você.

Ele me escreveu isso,deixou debaixo da garrafa de café e viajou.Foram três meses de espera e angustia.Saudades e sobriedade.O que ele fez não quero saber só sei que volta pra mim.E aceitar sem olhar é o que eu posso fazer,sem rir da dor do outro.Sem sofrer pelo que não vi.O ser humano é um tanto engenhoso,faz por fazer e isso custa caro.Eu vivo no raro.Eu vivo sem cobranças eu vivo sabendo é claro.Ele foi, ele fez,pedi pra não me contar,eu não vi, não ouvi, fiquei sabendo mas o povo fala muito.E ele voltou pros mesmos braços, os braços que sempre vão estar abertos,os braços que a gente sabe que ultrapassa essa vontade sexual.Tem coisas e coisas, e eu vivo no raro.E julgo ser o mais verdadeiro.




Caroline Matias-32 anos-Santa Catarina

segunda-feira, 7 de julho de 2008

email.


Rio de Janeiro, 07 de julho de 2008.


Bom dia queridos.
Venho por meio desse email convidar a todos amigos e amigos dos amigos,a participarem de uma seleção de personagens pra próxima historia da Adélia Julia, ricos e molhados.Pra se inscrever é super fácil , é só manda uma pagina do seu blog individual, que descreva uma parte de seu diário pessoal.
Beijos e abraços
Cris Marques.
ps:Hahaha,adorei a charge.

domingo, 6 de julho de 2008

a naturalidade do ser.


Loucuras só se for de amor.
Resistência sim,exceto as tentações.
Favor gritar um pouco quando quiser externar a não conformidade no processo.

sábado, 5 de julho de 2008

o Mal.


Meia dúzia de palavrões por vinte reais, xingamentos e magoas a mãe e ao pai.Um cigarro amassado, o mal do adolescente é achar que a vida pode acabar a qualquer momento, que o negocio é viver .

Uma geração quase inteira vestida de preto, cultuando o álcool e o tabaco.O mal do adolescente é achar que tudo vale a pena.Madrugada a solta,rock n’ roll, em uma lugar cheio de prostituição e sujeira, o mal do adolescente é achar que é imortal.
Um beck de vez enquanto , sexo sem camisinha, o mal do adolescente é achar que esta acima de tudo.
O mal do adulto é não seguir essa linha.

Circunstancial.


Ela era linda.Tão pequenina, tão angelical , não pude evitar assim que a olhei já comecei amar.E pelo incrível que pareça ela parecia comigo, alguns diziam que era o nariz ,mas eu achava que era o formato da boca.Acompanhei a gravidez, éramos todos felizes, essas coisas da modernidade arcaica, mas eu fiquei firme.Depois de um aninho de vida da minha princesa tive que ir embora, não avisei, só seria pior, resolvi deixar uma carta um email pra contato, para evitar tristesas prolongadas, mas sabe eu tive que ir, tinha outras coisas para fazer, outras coisas para viver.Esse negocio de ser pai, é legal no principio mas depois sabe muita responsabilidade, e eu trabalhava, tinha que trabalhar e dar prioridade é claro ao meu trabalho aquilo que me sustenta.Sei lá,acho que não amava ninguém nesse mundo, até Clarinha nascer, mas mesmo assim tive que partir, o amor supera isso, pelo menos o meu.Não deixo de ser pai por não estar presente, sou pai dela, tenho uma foto dela na minha carteira e mostro pros mais próximos, minha amante por exemplo sabe quem ela é.E ela é linda, no começo chorava muito pobrezinha,sentia muita cólica, acordava de madrugada, a mãe dela acordava e cuidava dela e eu também me preocupava com essas coisas, depois da gravidez só cuidava da filha e eu era invisível, mas tudo bem por que eu tava gostando muito dela nesse momento.No aniversario de um ano dela ela andou,aos oito meses falou papai, eu chorei sozinho por isso era realmente emocionante.Um vida gerada por mim em um momento tão insano de prazer, brincadeira como a vida é.Hoje é o aniversario de quinze anos dela, e eu não estou mais no Brasil, to morando em Nova York,na seda principal da empresa, acabei me casando mas não tenho filhos com essa nova mulher, Clarinha mantém contato comigo sempre, a mãe dela apesar de tudo fez questão de criar ela fazendo uma boa imagem de mim, fico feliz por isso, talvez eu o destino me queira bem.E o engraçado que no dia que saí para nunca mais voltar, eu recebi um email dela dizendo que já esperava por isso.Eu ri, conhecer realmente é prever.Agora vou salvar esse documento, para alguém daqui o tempo venha ler e conhecer um pouco de mim, vou para um reunião agora, um abraço pra você desconhecido.

Homem forte.


Eu disse tá eu vou, peguei minhas coisas e saí.
O caminho era longo eu não tinha objectivo nem motivação que me fizesse andar, mas de fato não tinha pra onde voltar.Ou eu ia ou morria.E morrer é pros fortes, e eu nada tenho de forte.Sou homem covarde, jamais me mataria.E a dor tem intensidade absurda te leva a pensar besteiras, mas eu não matei, eu apenas fui.E andando, ou melhor me arrastando, eu ia, passando sem olha pra nada, com uma garrafa de cachaça nas mãos,mas posso ser sincero? Obrigado, eu nem sentia aquele liquido arder em minha garganta, e muito menos seu efeito etílico em meu organismo.Até me esquecia e as vezes passava horas sem levá-lo a boca.E eu andava, cabisbaixo, sem intenção, era como uma obrigação, caminhar sem cessar.O dia nascia e morria,as pessoas e carros chegavam e iam, alguns bons de coração paravam e me ofereciam carona, não obrigado já estou chegando,e andando vou pensando,eu falava...e mentia, por que não tinha onde chegar e pensar eu não parava um minuto, mas era bom, eu percebia que ainda bem no fundo da minha alma eu estava vivo.Já passara dias, descobri-me um homem forte, descobri-me um homem forte, o tempo sozinho e a dor são experiências que nos levam em outro mundo, outra visão de si na frente do espelho imaginário da vida.Deus agora entendo o porque de tanta dor, agora entendo que sofrer só me ajudou, a crescer, amadurecer, dar valor ,ou não dar tanto valor.Acho que aprendi um pouco a viver.De fato a vida é um ciclo, ela se repete em lugares diferentes,com pessoas diferentes, que te dar o gosto mais excitante as coisas já vividas, ou a optimização para que acabe logo,já sabendo que nada dura nessa vida.Nada mesmo.Mas começar de novo é empolgante ,começar de novo te dar um motivação, um objectivo, um arrepio na espinha, é um risco, mas que não arrisca não vive.E tudo que começa acaba a vida é assim, nada é infinito, e sabe agradeço por isso, essa constante mudança, esse constante devir, esse fluir que nos esperança que nos fomenta a viver.Só sofrer e só ser feliz é utopia de vida pros pessimistas ou pros optimistas assim consecutivamente.Meu bem, obrigada por estar aqui, e nessas circunstancias me fazer bem.E nessas circunstancias eu to gostando de viver, nessa parte high da roda gigante da vida, tudo tudo bem tudo que sobe desce, daqui a pouco estamos no donw e ta cada vez mais donw no high society.Donw Donw, no high society....

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Pequena Helena.


Todo dia eu faço tudo sempre igual.
Acordo as seis horas da manha,sorrindo um sorriso pontual.
E o beijo com boca de hortelã.
Todo dia eu digo que é para ele se cuidar,essas coisas que dizem todas as mulheres.
-Vou te esperar pro jantar...
E o beijo depois do café.


E eu sei que todo dia ele pensa em poder para,meio dia ele pensa em dizer não.
Ai ele pensa na vida que tem que levar,se cala para almoçar o seu feijão.
As seis da tarde,eu sei que ele vai chegar,já vou esperar ele no portão.
Pois estou com desejo de beijar,e o beijo com boca de paixão.

Toda noite eu digo pra ele não se afastar.
Meia noite eu juro eterno amor, o aperto que quase o sufoco,e o mordo com um pouco de pavor.

De repente eu miro naquelas mulheres de Atenas.
Vivo pro meu marido, um orgulho e raça de Atenas
Quando amada eu me perfumo,me banho com leite, me arrumo.
Quando fustigadas,não choro, fico de joelho imploro.




PS: paródia em cima de duas músicas do Chico Buarque,desculpem a audácia.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Realismo.


Louis tocava uma musica no piano,incessantemente sem parar,queria acertar a nota, já estava quase anoitecendo,sua angustia entrava em meus ouvidos como melodia,uma harmonia perfeita.Que fazia ele tocar o dia todo,e eu o assistia de longe,quase sempre da cozinha fingindo fazer algum bolo,ou limpando alguma coisa qualquer.Fazia exatos três meses da minha vigésima primavera completa,estava muito feliz,era casada,tínhamos uma fazenda onde plantávamos alguns legumes e a família ajudava nos assuntos financeiros.Porém não tínhamos filhos,na década de 40,a qual passávamos,todos tinha filhos com a nossa idade.Isso me afetava muito,ainda mais por que Louis passava por uma fase muito ruim e mal me tocava.Eu tinha algumas teorias por esse acontecimento,a pouco perdera sua única irmã,de uma doença grave que nenhum medico soube identificar,sofrerá muito com essa perda,eu sinceramente pouco me importei,Nicole tinha inveja porque sempre fui mais bela que ela,e tínhamos a mesma idade,a pobre morreu com uma hemorragia que durou mais de um mês.Meu amado,ficou abalado sim,contudo antes disso eu o peguei no celeiro com a criada da Nicole,negrinha insolente,dos seios redondos,poucas roupas,se insinuava pra ele,ele como homem não iria desprezá-la, é claro,mas me mantive,entrei olhei a cena,os dois ofegantes,ela completamente nua,ele com as calças abaixadas.Fiz meu melhor olhar de desprezo e falei em voz firme que nunca mais me deitaria com ele,pura mentira,na noite seguinte já estava me insinuando,com um belo vestido branco transparente que minha tia bordou e me mandou de Orleans.Ele não resistiu e fizemos amor a noite toda.O fato da criada ter sido vendida pra Nova Jersey não foi culpa minha e sim conseqüência dos pulos do meu amado.Fui justa,ele tinha que me agradecer isso sim,pelo menos nunca me deitei com criado,a única vez que ele pegou alguma coisa,foi com o irmão dele,e foi depois dessa cena que presenciei.Uma noite fria,estávamos bebendo vinho na frente da lareira,o clima estava ótimo,Louis com suas frescuras cansou antes de nós e foi deitar alegando náusea,eu e Loren nos amamos,foi quente,quando me lembro me arrepio,meu cunhado sabe fazer uma mulher gritar de prazer,e eu gritei,acho que alto demais.Ganhei um tapa na cara e ainda sai nua da sala,estava alterada com o vinho,e com raiva do meu amado.Esses adultérios que mostram que o amor nada tem de puro,e é sim uma obra do meio me fizeram mudar em relação a Louis,casei com ele com treze anos de idade,e desde então vivi para fazer ele feliz,porém o desgraçado foi egoísta e hora nenhuma me olhou com amor era apenas uma obrigação estar comigo.
Nunca senti um pingo de pena por ele não acerta a nota que ele tanto queria fazer,pra mim e por mim ele poderia morrer tentando e eu na cozinha admirando seu desastre e sua frustração.

domingo, 29 de junho de 2008

Lady Lu.


Eu tentava o máximo chegar quinze minutos antes dela.Sabia que era um ritual,o café da manha na padaria.Eu me sentava no fundo,pedia uma média com torradas,folheava o jornal sem ler nada e acompanhava o relógio na entrada da padaria.As sete e meia ela entrava.Meu coração exultava.E essa taquicardia já durava exatos três meses de observação.Nesse dia,em pleno verão ela não veio.Fiquei desiludido,até me atrasei para ir para o trabalho,mas na manha seguinte eu e minha perseverança nos adiantamos e ela faltou de novo.E assim foi,passou quase um mês e o ritual foi quebrado.Comecei a viver apenas de lembranças,e na minha confusão devido aos remédios para insônia,eu a via.Ela chegava radiante.Era magra,baixa,cabelos bangunçados loiros,olhos cor de mel,usava roupas básicas como calça jeans e blusa regata que nela pareciam a ultima moda em Milão.Óculos de aro fino preto que com a franja caindo na altura dos olhos dava um tom irrestivél.Sempre indecisa nunca sabia o que pedir.E se perdia nos jornais matinais.Quando ia se sentar acaba se enrolando em sua bolsa q usava transversal ao corpo.E eu ria,comigo mesmo mas ria,da ingenuidade e de leveza que ela tinha.Eu me perdia em seus gestos ,mão pequenina levando frutas á boca,derramando café.Sem graça com as brincadeiras da garçonete.Meus olhos ardiam nela e eu percebia isso, o que era, mas interessante.Às vezes tinha vontade de tentar algo mas só a delicia do flerte me bastavam.

Receita.


vou te inspirar ...
me inspira....
depois me espira...
me inspira e expira...
me transpira...
me suga com sua boca...
com sua língua..
me lambe...
me chupa...
me devora..
pra que eu sinta seus dentes em minha alma...
em meu espírito...
pra que eu sinta seu coração batendo em sua vulva...
tanta poesia
pra que sintamos em nossos sexos o furor de nossas almas...
pra que queimemos nas fogueiras de nossas paixões...
tão incandescentes quantos nos desejos...nossos gemidos...

(esse texto não é de minha autoria.Mas é pura poesia)

Monsieur Vinyard.


-acho que o nome dele devia ser Derek...é acho que é isso...
-Derek?Tem certeza.
-Não...-pausa para risada,gostosa risada sincera.
-Para de palhaçada,pensa qual era o nome dele.
-Ta bom...era Gil,isso o nome dele era Gil.
-Gil de Gilberto?
-Pode ser....
-Ok,Gilberto..hum..continua.
-Mas olha eu só o chamava de Gil,nunca o chamei de Gilberto até porque não houve tempo para isso...
- Certo,vamos chama lo de apenas Gil,o que aconteceu que o Derek Gil te chamou tanta atenção mademoissele.
-Ah!Veja bem ele não me chamou atenção não.Ele foi mais do que isso ele despertou a paixão em mim.Foi intenso,rasgante.Foi assim oh, eu saia do hotel aonde minha família tinha ido passar as férias,ele saíra do táxi, moreno alto,magro, com corpo de homem sabe,não desses garotos de vinte anos.Devia ter uns trinta anos.Isso trinta anos..
-Certo,aproximadamente trinta anos.
-Após isso eu não o deixei em paz,fuxiquei tudo da vida dele,corri atrás com as pessoas do hotel,fui até no quarto dele.Ele tinha o dobro da minha idade sabe,coisa de filme.Até que ele descobriu que eu tava atrás dele e me mandou um bilhete.
-Um bilhete ...
-Isso ai fui abrir assim que o abri...Hei pq vc ta falando como se tivesse me entrevistando?
-Qnd abriu o bilhete?...
-eu acordei,era um sonho.
-Otimo,vou tentar encontra lo.Agora se não se importa tenho alguns assuntos para tratar,afinal eu sou responsável por este hotel querida.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Eu nunca.


Eu ia fala de morte,e seus segundos maléficos, eu bem ia mesmo,chorar um pouco pelos outros sentir um pouco de dor.Por que é de mim buscar a dor.
Mas essa oscilaçãos de humor que me move,é tão divina que em segundos corri de um cemitério para um festa,lágrimas ainda existiam mas lágrimas da satisfação.Quão bom é ver alguém bem.Quão bom é se espectador de alguma vida,e bater palmas,e sentir junto porém assistindo.O espectador é fantástico,ele assisti tudo,mas escolhe o que vai viver junto,se o ator ri e faz graças,ele se acaba,porém se o ator chora e sofre,ele pode escolher “não esse é o momento dele,deixa ele sofrer” e só assistir.Até que pontos assistimos?Até que ponto somos rés espectadores que nada fazem quando vêem uma dor ou uma alegria alheia.Até aonde vai o individualismo,até aonde você quer ir?Até aonde eu posso invadir o seu quintal e te plantar flores?Flores tem espinhos e eu preciso parar de usar drogas antes de escrever.

Tiro de mim o peso e ponho na autora:Regina Lucia Sodré.

sábado, 21 de junho de 2008

O fim é belo.


Estacionou o carro fora da vaga,saiu rapidamente,entrou na livraria,conversou com a atendente com certa intimidade.Tinha aproximadamente uns trinta anos,cabelo compridos lisos escuros,bem vestida,com sorriso agradável.
Do outro lado da loja,ela veio,era pouco mais nova que Renata,tinha cabelos curtos claros,e aspirava uma ar cheio de si e uma falsa segurança.
-Olá Renata,tudo bom querida?
Renata,não se agradou quando a viu se aproximando,mas foi cordial.E assim a dissimulada continuou.
-Li o seu livro,achei muito superficial mas válido sobre o assunto.
-Que bom,é bom ouvir opinião do publico que não quis atingir.
Havia sutilidade,ironia,sarcasmo,maldade no ar.
-Eu e meu marido vamos viajar semana que vem,ele vai dar uma palestra sobre psicanálise,em uma feira internacional.
Renata,pegou o pequeno embrulho com a atendente.Olhou pra mulher que estava na sua frente a encarar,levantou a sobrancelha e disse.
-Eu sei,eu durmo com ele a mais de dez anos,você nem tinha aparecido na vida dele e eu já estava por lá.


E saiu.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Devana.



-Serviço de Emergência,por favor identifique se,nome e idade.
-Amélia Câmara Amaral,36 anos.
-Agora situe o acidente por favor.
-Estrada principal,kilometro 14.
-Certo, número de vítimas?
-Dois, um homem e uma mulher, minha menina...
Caiu no choro.
-Acidente de carro?
A voz do guarda foi se perdendo em sua cabeça.Em segundos já estava em outro lugar.
Era sua casa, domingo de noite, chovia e ela tinha ido embora, acordou no sábado distante.Amélia quis respeitar, ignorou o fato, e continuou o dia normalmente, mas no domingo de manha, com as malas prontas, Fernanda foi embora.O dialogo que tiveram foi tão rápido que ela mal podia lembrar, e em sua cabeça inventava coisas que não tinham sido faladas.
-O que esta acontecendo?
-Estou indo embora,vc não vê...
-Por que?
-Não te amo mais, nunca amei...
-Ah não fode!Deixa de ser infantil, isso aqui não é um filme, arruma lá suas coisas no guarda roupa e vamos ver um filme...
Amélia foi pegar um café, quando voltou pra sala Fernanda já tinha ido embora.
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Elas moravam em uma casa muito confortável, toda feita de madeira, com uma lareira no centro da sala, como a cidade onde moravam era bem acima do nível do mar e o clima era sempre úmido e frio, acendiam algumas velas pela casa para manter o calor.Faziam mais ou menos cinco anos que moravam juntas, Amélia era mais velha que Fernanda, se conheceram em uma feira cultural de literatura onde se apaixonaram loucamente.Sem qualquer antecedente homossexual, Fernanda se entregou a uma mulher que a fez se sentir liberta de todos os paradigmas que ela tinham.Amélia acreditava no amor, mas suas amigas achavam que Fernanda apenas estava escapando da família que a sufocava.No mundo de Amélia tudo corria muito bem, no mundo da Fernanda depois do segundo ano ela só desejava a maior idade para sair dessa casa e seguir seu rumo sozinha, pelo mundo.

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Amélia era uma mulher experiente sabia que Fernanda não ira muito longe, sabia que Fernanda precisava dela, sabia de tudo isso, por isso nos primeiros trinta minutos não se desesperou, foi como se Fé tivesse ido ao supermercado ou passear com cachorro, toda o barulho que o vento fazia, ela olhava e chegava sorrir imaginando, que ela tava voltando q que poderia falar coisas do tipo “sabia que vc voltaria” e beija lá.Contudo passou uma hora, passou duas.Amélia começou a ficar agressiva e gritando em uma discussão imaginária.Tomou um chá respirou, vestiu se e foi para a garagem.Abriu a porta do seu Jeep Toyota 86, cor bege, bate a porta com força, já estava emperrando, imaginou que devia levar logo essa porta para concertar, quando conseguissem licença para adotar uma criança essa porta ia acabar dando problema, imagina se alguém prende o dedo alo, que desgraça.Ligou o carro e saiu, na descida da sua casa para pegar a principal, percebeu que já estava de noite, e que não tinham passado só três horas,achou estranho,de repente era só por que o tempo tava fechado,afinal estava chovendo.Foi dirigindo para única saída da cidade,na estrada a chuva começou a apertar,mal podia enxergar as placas,e muito menos o barner do único hotel da saída da cidade que piscava em néon vermelho.Era só uma luz longe.Foi seguindo,quando de repente,viu um táxi capotado e um inicio de incêndio,não sabia explicar mais sabia que Fê estava lá dentro.E se tivesse acontecido algo com ela?Não conseguia pensar,doía demais essa idéia,saiu do carro sem hesitar,foi até o táxi capotado com o motorista descordado e com Fernanda suja de sangue desmaiada,sentiu raiva do motorista que cara maluco como ousa capotar com o amor da vida dela,se achou boba,voltou para carro procurou algo que pudesse cortar as ferragens do carro,ligou pra ambulância,foi até Fernanda tentou tira la de todas as formas,arrancou até a porta do carro,e o tempo corria,e ela chorava e conversava com sua amada,mesmo sabendo que ela não ouvia mas achava que ainda respirava.Finalmente com ajuda de uma pá,conseguiu mover o banco de cabeça pra baixo e o corpo cedeu,puxou Fernanda para fora do carro,O corpo caiu em cima de Amélia,e o carro tombou em cima dos dois corpos,Amélia desmaiou,mas pode ouvir as luzes e o barulho da sirene da ambulância que chamou.Tranqüilizou se.Descansou.

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Amélia só foi acordar depois de alguns dias,estava em um quarto,paredes acolchoadas,tinham cortado os seus cabelos,estava com aquela roupa de hospital,tinha uma bandeja com alguns remédios e água.Procurou hematomas pelo corpo não encontrou,passou a mão pela cabeça e sentiu pontos.A pancada que ela sentira na barriga na verdade tinha sido na cabeça,as ferragens do carro,tudo se encaixava.Levantou se,não tinha colega de quarto,achou estranho,andou até a porta,era só uma pequena janela e estava trancada.Entrou em desespero,procurou uma campainha.Chegou um médico,com uma pasta e alguns enfermeiros,a fizeram sentar a na cama e o medico começou.Sem saber por que,mas já imaginando o pior,Amélia tinha um sexto sentido muito forte,começa ra a chorar de soluçar.Sua Fernanda tinha morrido.

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Paciente Amélia Amaral,39 anos,em tratamento a aproximadamente dois anos e meio.Poucos momentos,para ser mais exato,dois em que esteve lúcida,um na delegacia assim que foi presa,e outro a dois dias desde que mudamos o medicamento.Começamos hoje mais uma serie para fazermos o chamado Storm.O medico falava no mp3.
A paciente chorava,mas hoje pela primeira vez encarou o médico.
-Cadê ela?cadê minha menina?Vocês não conseguiram salva lá?
-Fernanda Silva,é a sua menina?
-Fernanda Silva,isso...
O medico abriu a pasta e deu para Amélia.
Com cuidado ela pegou e começou a ler as manchetes.Se choro secará.
-Você matou sua menina.
Amélia não conseguia dizer nada,nem chorar.
-No dia em que ela saiu de casa,te contando que se apaixonara por outra pessoa,dessa vez um homem,você a seguiu ,como nesse dia estava chovendo muito,eles resolveram dormir na cidade no pequeno e único hotel perto da saída da cidade.Você esperou debaixo de chuva por mais ou menos três horas até que ele Renato Luiz seu primo de 24 anos,saísse do quarto e deixasse Fernanda sozinha.
Ouvindo a historia Amélia começava a reconhecer algumas cenas,e mordia seus lábios de forma tão brusca que machucava se.
-Você entrou no quarto,ela começou a conversa com você dizendo que jamais te amara de verdade e agradecendo a você por tudo que fez e ela,mas que agora ela conhecera o verdadeiro amor,e você não merecia ser enganada,esse romance acontecia a algo tempo já,ela tentou lutar contra mas era maior que ela,então ela junto com seu primo decidiram sair da cidade e começar uma nova vida.Antes que ela pude se terminar de falar,você a esfaqueou,começou pela barriga,depois as coxas,até as partes intimas.Você foi macabra.Foram mais de 40 facadas,até que Renato voltou e começou a gritar mas você não parava nem para escutá-lo,até que ele te acertou na cabeça e você desmaiou em cima de Fernanda.Mas o que não conseguiu entender por que você teria chamado a policia e a ambulância.Até que seu advogado conseguiu sua redução penal alegando Alter-Ego,e trouxe você pra cá.Desde o principio você contava outra historia,uma de táxi,a qual você teria criado para fugir da culpa,um artifício onde você o tempo todo só amou a Fernanda,mas essa não era você,era o seu alter ego que a possuiu por pelo menos três anos.Agora tentamos um remédio novo,que não deixa as sinapses nervosas se comunicarem o acetil colina e assim você não atende os impulsos,logo não está mais dopada,nem pelos nossos remédios nem pelos seu próprio organismo.
-Aos poucos você está se recuperando,e vamos conseguir que seu alter ego nunca mais tome conta do seu ser.Você não vai pagar pelo seu crime em uma cadeia,mas sim se tratando.
Amélia não conseguia expressar nada,estava com os lábios sangrando de tanta força que fizera,seus olhos estavam secos,e mal piscava,um grupo de enfermeiro a deitou na cama,e pos nela um mordedor bucal para que não se machuca se.
O medico fez anotações,desligou o mp3 e saiu da sala,deixando a pasta aberta para que Amélia aos poucos fosse lendo e retomando sua memória e assim vivendo a realidade e não seu Alter Ego,essa doença foi intensificada no anos 80 e é uma vertente da esquizofrenia.O que nos faz cada vez mais pensar que somos fruto de nos mesmo,e não só o nosso ser mas como nosso organismo nos controla,nos nós controlamos.A mente humana é fatal,o ser humano é uma máquina de vida e morte.E da vida somos tomados tão abruptamente que mal sentimos a verdadeira essência,não acredita se em felicidade mas em momentos felizes,em paixão mas momentos de amor,tristesa mas momentos de seca tristeza. A única coisa que é absoluta na vida é a morte.Você morre ou alguém morre, e fim.Ninguém vive momentos de morte (a não ser em poesias).


Ps: A verossimilhança é só interna.Perdoem a ignorância.E a confusão de pessoas e lugar foi proposital.