segunda-feira, 30 de junho de 2008

Realismo.


Louis tocava uma musica no piano,incessantemente sem parar,queria acertar a nota, já estava quase anoitecendo,sua angustia entrava em meus ouvidos como melodia,uma harmonia perfeita.Que fazia ele tocar o dia todo,e eu o assistia de longe,quase sempre da cozinha fingindo fazer algum bolo,ou limpando alguma coisa qualquer.Fazia exatos três meses da minha vigésima primavera completa,estava muito feliz,era casada,tínhamos uma fazenda onde plantávamos alguns legumes e a família ajudava nos assuntos financeiros.Porém não tínhamos filhos,na década de 40,a qual passávamos,todos tinha filhos com a nossa idade.Isso me afetava muito,ainda mais por que Louis passava por uma fase muito ruim e mal me tocava.Eu tinha algumas teorias por esse acontecimento,a pouco perdera sua única irmã,de uma doença grave que nenhum medico soube identificar,sofrerá muito com essa perda,eu sinceramente pouco me importei,Nicole tinha inveja porque sempre fui mais bela que ela,e tínhamos a mesma idade,a pobre morreu com uma hemorragia que durou mais de um mês.Meu amado,ficou abalado sim,contudo antes disso eu o peguei no celeiro com a criada da Nicole,negrinha insolente,dos seios redondos,poucas roupas,se insinuava pra ele,ele como homem não iria desprezá-la, é claro,mas me mantive,entrei olhei a cena,os dois ofegantes,ela completamente nua,ele com as calças abaixadas.Fiz meu melhor olhar de desprezo e falei em voz firme que nunca mais me deitaria com ele,pura mentira,na noite seguinte já estava me insinuando,com um belo vestido branco transparente que minha tia bordou e me mandou de Orleans.Ele não resistiu e fizemos amor a noite toda.O fato da criada ter sido vendida pra Nova Jersey não foi culpa minha e sim conseqüência dos pulos do meu amado.Fui justa,ele tinha que me agradecer isso sim,pelo menos nunca me deitei com criado,a única vez que ele pegou alguma coisa,foi com o irmão dele,e foi depois dessa cena que presenciei.Uma noite fria,estávamos bebendo vinho na frente da lareira,o clima estava ótimo,Louis com suas frescuras cansou antes de nós e foi deitar alegando náusea,eu e Loren nos amamos,foi quente,quando me lembro me arrepio,meu cunhado sabe fazer uma mulher gritar de prazer,e eu gritei,acho que alto demais.Ganhei um tapa na cara e ainda sai nua da sala,estava alterada com o vinho,e com raiva do meu amado.Esses adultérios que mostram que o amor nada tem de puro,e é sim uma obra do meio me fizeram mudar em relação a Louis,casei com ele com treze anos de idade,e desde então vivi para fazer ele feliz,porém o desgraçado foi egoísta e hora nenhuma me olhou com amor era apenas uma obrigação estar comigo.
Nunca senti um pingo de pena por ele não acerta a nota que ele tanto queria fazer,pra mim e por mim ele poderia morrer tentando e eu na cozinha admirando seu desastre e sua frustração.

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