quinta-feira, 28 de agosto de 2008

don't drop me here.


Passou apenas meia hora e eu já vou pro meu quarto cigarro.Caminho no corredor do meu apertado apartamento.Meu pai veio me visitar e aproveitar para assinar uns papéis do contrato de locação.Ele reclama da fumaça, mas continuo a fumar e a andar de um lado pro outro,segurando com as duas mãos minha xícara de chá, já frio.Estou angustiada, estou me sentindo sozinha, minhas paixões já não me entretém , parei de pintar a duas semanas, não toquei mais no pincel, meus desenhos ficaram pela metade,espera desse momento me deixou anciosa, fui trocada.Fui tocada pelo ciúmes que me roeu a alma, tentei racionalmente entender o motivo desse ciúmes, medo de perder?Insegurança?Desconfiança?Medo de perder o que?Medo de perder as coisas boas, medo de ser trocada?Trocada pelo novo que é sempre melhor, trocada pelos meus defeitos que já não dão para serem esquecidos.Quem falou que eu to sozinha?Insegurança de não satisfazer o outro por completo, insegurança de achar quem uma simples olhada para outra pessoa já vai levá-lo para longe?E o que vivemos?Relacionamentos só efêmeros, relacionamentos são instante, relacionamentos não são relacionamentos, não é mutuo,não é justo.Um dar de mais, se dá de alma, outro não se envolve tanto,um assina contrato, outro sai correndo.Sim,são efêmeros.Desconfiança sim, por que o homem é permanentemente mutável, e tudo nessa vida é circunstancial e instantâneo, é falar no gerúndio “estou te amando’’, ‘’estou gostando de você’’, não é planejar se no futuro, não é viver de um passado, é o agora, nesse instante, passou segundos não é mais, homem nenhum pode ponderar esse tempo de mutabilidade e arrisca lhe o pescoço,e jurar alma que não possui.É ser falso, toma sua responsabilidade e desprende se dessas amarras, que te pregaram no mesmo lugar, movimente se,viver, é vive no momento é ser intenso, por que do futuro só sabemos que iremos mudar,várias vezes ao dias, várias vezes por mês,varias vidas por mudas.Desconfiança sim,até quanto mon dieu?Para sempre fadada a essa insegurança esse desamparo do mundo?Projetar se ser forte,viril, frio, calculista e um tanto apaixonado.Ok eu caso com você.E escolho assim arriscar me ao acaso da vida, já que tenho de ser intensa suficiente para qualificar minha vida como vida, então arrisco me nessa encruzilhada vital.Assino assim meu risco, sabendo da minha responsabilidade.Fui trocada pela despedida de solteiros.

Um comentário:

Adrian Troccoli disse...

(nada) mudou (tudo) mudou dinovo (nada) + uma vez...
Angustia de ser não sendo nada...
(...)