sábado, 26 de abril de 2008

Suave coisa,coisa nenhuma.

(Closer-perto demais.)
-O sentimento é meu,pode até ser por você,mas ele é meu.Quente,voraz,inigualável,me conforta me aborta,ele é meu.A culpa pode ser sua,mas quem sente sou eu.Quem fica, chora,quem sofre,quem tem momentos de animo e felicidade,quem te ama sou eu.O que você sente só me incomodava quando eu era pressa pela posse,agora já basta o meu sentimento, o seu já na mais me incomoda.Nem conforta.
-Pode até me chamar de egoísta mas por muito tempo eu andei buscando entender sua filosofia,e só cheguei na minha esquizofrenia.Eu te busquei,eu te inventei,eu fiz você virar o que eu queria.Mas você respirou,mas profundo que eu imaginaria,e resolveu viver e sair da minha sintonia.É assustador olhar para trás,cético e incapaz de pedir perdão,ou senti algo além de culpa.
-Sou um ser humano tão deprimente que assusta.
-Ah,que isso?!Sou muito pior do que você,eu fui covarde e não tive a coragem de me despedir,deixei desgastar,apagar aos poucos sabe?Eu falei muito mais também.
-Hum,sabe eu não sei por que se envolver com alguém,não pode ser simples,leve e satisfatório.
-Como leve pluma,suave coisa nenhuma.
Eles riram,se entre olharam.Mudaram de assunto e riram.E os olhos nos olhos acalma a dor,mas não a desfalecia,só acalmava,era momentâneo,passageiro e pra sempre.
Levantam do café onde estava conversando,cada um seguiu para o seu caminho.Passou meses e não mais se falaram,nem trocaram telefone,nem se conheciam,o nome que sabiam um do outro era falso,como tão pouco tempo de conversa os fizeram íntimos,ela mal sabia que era tudo mentira,ele não era frustrado e nunca se quer tinha se dado mal com coisas de amor,era casado a pelo menos seis anos com sua primeira namorada.Mas tudo bem,por que ela era machucada por relacionamentos,mas pulava e recomeçava um novo sempre,e isso a fortalecia.O interessante:o ser humano e os muitos personagens que ele possui,sem sequer dar o trabalho de pensá-los e defini-los eles simplesmente acontecem,e não é maldade muito menos índole das piores,é vida,é humano,a mentira a omissão não pode ser vista como defeitos,elas simplesmente fazem parte da vida,como a lágrima e o sorriso.O problema é o uso dessas,se o fizerem mal causa lágrimas se o fizerem bem causa risada,e se não causar nada por favor se retire,quem na magoa nem se deixa magoar não vive,sobrevive.E sobreviver no mundo cheio de sentimentos e emoções,sempre novas e diferentes, sem desfruta-las,é melhor não viver.Tem muita flor para todo lado!

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Laura.

(Veermer)

Toda vez que terminavam suas intensas discussões, transavam, e era simples, como o ponto que se espera sempre ao final de cada frase. E era em ato, tudo novo, suavam. Intrigante era como a raiva dos dois se dissipava, ainda estando com raiva, se faziam por um entre e sai de um sexo selvagem, com unhas, urros, dentro de um ritmo mais animal do que humano, e no fim, sem esperança, não sei ao certo de que, nem um pingo de amor, o gozo, que os limpava de toda raiva, como o pus de uma espin.ha espremida até seu fim. Dormiam, fumavam e riam dos seriados americanos na teve no final de cada madrugada. Se entreolhavam como objetos, não havia mais sentimento entre os dois, nem o de rancor, depois do sexo eram apenas dois corpos.
Foi então que ela resolveu voltar a sentir, e passou uma semana evitando telefonemas, campanhias e gritos que a chamassem em um bom tom. Fumava o dobro, eram quase três maços de Malboro por dia, se perdia na janela e na fumaça de seu apertado e quente apartamento em Botafogo. Na sua cabeça, a idéia de um verdadeiro fim, mas não sabia como dá-lo, por isso, escondeu-se do mundo e de si mesmo, pintava coisas que não queria, chorava por filmes que não vira. Até que ele parou de procurá-la, e ela rejuvenesceu. Ela não precisava mais se esconder, respirava para encher os pulmões de vida. E, agora sim, tudo era tão mais simples e saboroso.
Eu, da janela do meu apartamento, de frente para o dela, tudo vi. Foi então, quando a vi chorando, escondendo-se do mundo e, principalmente, de si, que decidi parar de procurá-la. Parei de ligar, de tocar sua campanhia e de gritar-lhe em bom tom de baixo de sua janela. Depois de um tempo, ela não mais se escondia, respirava para encher os pulmões de vida, e tudo lhe parecia mais simples e saboroso. Quanto a mim, o que posso dizer? Continuo a vê-la, porém, agora quem chora, se esconde do mundo e de si sou eu, a diferença, é que ela nem me nota.

Fim

Sweet Silent
Adrian Troccoli
Ps:Agradeço pela ajuda Reconstrutiva.Que me anima a alma.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Ausente Presente.


E aos poucos foi acontecendo,andava desalmado pelas ruas,ia e vinha,o trabalho virara rotina obrigatória,nada fazia de diferente,apenas o que era para ser feito,não se importava mais com as horas,já não olhava os e-mails,quando o telefone tocava nem se quer tinha curiosidade de saber quem era,e quando era pra ele nem se espantava por que já sabia que era o operador de telemarktinhg vendendo alguma coisa.Lia jornal,tomava café,e parar de fumar a alguns anos,não gastava dinheiro com roupas,nem cds,muito menos livros,pagava suas contas e isso já era o bastante,não por que estava guardando para ser rico,ou quem sabe uma viagem?Não,nada disso,só não tinha vontade de gasta -lo mesmo,simples assim.Não se incomodava em ligar para dar parabéns,nem comemorava qualquer coisa,falava somente o necessário,tornava se a passos largos um homem selvagem no meio da cidade.E tudo isso por que houve um momento em sua vida que resolveu mudar,quis parar de questionar,quis parar de sentir,quis parar de falar,discutir,parou de olhar nos olhos,parou quase de pensar,isso por que segundo ele já não havia mais nada a trocar com ela,já tinha se esgotado todo o mistério,e nem queria outra,apenas não queria mais.Foi insensato,não pensou nas coisas boas,apenas se desfez dela como quem se desfaz de roupas velhas,o tempo cicatrizou a falta,trouxe novidades,levou novidades,e ele só ficou olhando,não tomou decisão,não usou da virtude da palavra e do sentir,sinceramente nem da duvida ele usou,era determinado,não queria e ponto.-Eu diria que ele parou de viver...-hummm,se eu concordaria com você,se não sentisse ciúmes...Pegou o isqueiro e acendeu um cigarro fitando ela.Ela olhava pra frente,em um olhar concentrado no pensamento.-...Ciúmes de um defunto... -Antes fosse um simples defunto,mas ta mais presente do que eu.E o pior não te assombra...Soltou a fumaça a olhando ainda.Ela lançou um olhar tenso sem mta expressão,terminou de tomar o café,e saíram da padaria.Era dia de feira.

Hand'sClean

(Edgar Degas)

Então,fizemos uma faxina na casa,espanamos a poeira,limpamos a janelas,trocamos as cortinas,talvez para o mês que vem pintemos as paredes e troquemos os pisos.Por enquanto só nos livramos da sujeira,sujeira essa que empreginou o ambiente,as luzes resolvemos não mexer,a viação é velha e precária mas vamos manter ela por algum tempo.Até os vizinhos se acostumarem com a nova arrumação.A mudança,não foi espontânea,foi induzida,de repente perdemos o teto,ele desabou sobre nossas cabeças,e acabou levando muitas histórias vividas,histórias tão boas q o saudosismo trás até lágrimas,a perda quando descoberta foi o limite da vida,aos poucos a esperança foi retomando lugar,mas logo logo ela foi embora também.Nossa sorte é que memorias não se apagam em tragédias.Espero que entendam a mudança,quem cessar de mudar cessar de viver.Não para na estação não,vem comigo.