sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Misantropia.


Estranho em plena primavera o tempo fechar de tal maneira.Acabou interferindo na minha rotina de ir escrever no parque depois do trabalho, enquanto fumava meu cigarro e tomava meu café expresso pra viagem.Mentira, eu só fui comprar um maço de cigarro na esquina e aproveitar pra ver se tinha chegado a areia do gato,estava um puta vento, e tive que me abaixar todo pra acender meu cigarro.São coisas que o vicio nos faz ....fazer?(...)
Mas de fato eu queria escrever,porém no Brasil ninguém faz isso em um parque, e sim no seu aconchegante apartamento na zona sul.Eu queria escrever, sim eu queria, sobre o que ainda não sei, pois a maldita inspiração dos parques ingleses não me vinha nesse momento.Mas da onde eu tirava a inspiração ou de quem eu a tirava? De ninguém.Escolha minha, eu sou do partido do coração partido.Minha narração em primeira pessoa tem a ver com isso, de certo tempo pra cá, eu decidi por mim todo o meu caminho, todas as escolhas seriam agora de total responsabilidade minha.Por isso me afastei dos corações sensíveis e dependentes.Não queria mais influenciar ninguém nem ser influenciado.A partir desse marco Antonio , seria para Antonio e Antonio em si.Minha narrativa em seus olhos pode parecer parcial, soberbo, mas queridos, convenhamos eu escolho reproduzir fatidicamente minha vida, sem aumenta la se quer em um tom, pois não haveria nada que me fizesse gosta de me vangloriar para as outras pessoas desse trágico mundo.Vangloriar me nesse mundo não é possível, pois eu sou/ faço parte dele, e nele nada brilha , nele nada aflora, ele é sujo, ímpio, e nos da direito a muitas escolhas, destacar esse mundo é destacar o que não merece graça.

Truffaut e Godard andavam meio niilistas, um pouco de tédio também os cercavam, os meus vizinhos cachorros mudaram pra um bairro mais rico que a zona sul, e os deixaram acinzentados.Tenho certeza que eles aceitariam um cigarro se soubesse como utilizar um.Meus felinos mais chegados que os humanos.Isso também foi uma escolha.Um escolha de findar com minhas amizades , ou o que a maioria entende por isso, já que não consegui manter distantes suficiente, nem próximas satisfatoriamente.E sempre sai uma parte a reclamar.No momento, melhor assim.


Mas os insurgentes não descansam, e não satisfeitos com a minha condição tentam freqüentemente muda lá.E digo, por escolha eu bem que gosto.Afinal com toda a minha ma fé,e má fama, lhes pergunto, quem resistiria a uma bela morena, nua na sua cama?
É queridos, não resisti, e ela sobrevive minhas arrogâncias e afastamentos, Bianca, gostosa, inteligente, sexualmente indispensável.Nem o numero do meu celular a pobrezinha tinha.Sorte que não passo mais de um ano viajando, e o porteiro a deixa entrar com certa facilidade, com aqueles seios até Descartes perderia a razão, e não haveria mais duvida nenhuma.Parando de destruir a filosofia, Bianca tentou destruir nosso pacto, mas esconjurei algumas maldiçoes.Mentira, só falei que não ia mais permitir que ela se despisse na minha frente.Mentira, se ela o fizesse eu a comeria novamente, e quantas vezes desse.Isso é verdade, mas ela não poderia saber, por que a danada é oportunista, e ia me prender em suas pernas.

Consegui o cigarro e areia, e chegar em casa molhado pela chuva.Cigarro molhado, areia molhada, e boa trepada. Sim, Bianca tava lá em casa, sim nua na minha cama, sim ...

Minhas filosofias não tinham ido por ralo abaixo, eu me contento com as minhas certezas, que não são absolutas por circunstancias mas me preenchem a alma,apesar dos paradoxos existenciais eu ainda possuo alguma coerência.E vivo de acordo com as minhas escolhas.E vivo bem.Obrigado.Boa noite e boa sorte.... Fumei meu ultimo cigarro, de comemoração pelo gozo.











Parceria Rafaela Nobrega e Ana Flávia Eccard.

Um comentário:

Adrian Troccoli disse...

Quanto mais escreve
menos imparcialidade vejo,
ficção ou realidade
só dependem do sujeito.

A Coisa

A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita.

Mario Quintana

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