segunda-feira, 2 de junho de 2008

Belle.


Simples,amável e confortável,acho que é esse o caso.Ajeitou o cabelo,pegou a bolsa,caminhou até a porta do café.Procurou a chave que trancava sua bicicleta ,achou e destrancou o cadeado,subiu e pedalou.As ruas do centro de Atenas não combinavam com aquele simples e útil meio de transporte,pois remetia uma cidade antiga palco de grandes tragédias,ela contemplava sem perder a atenção,o Palácio Real e alguns prédios públicos,um misto do histórico e do novo,o sol do mês de agosto causava uma náusea de calor,mas era adorável quando se tava em dia com seu espírito.A muito tempo estimava tal paz,e podia dizer que essa não tinha nome,era paz dela com ela,por simples objtividade do ser humano que não mais se apoia em outro para alcançar a felicidade.É tão simples,amável e confortável.Se questionava a verdadeira intenção da vida.E por que foi parar ali.Sua família era de origem francesa,filha de costureira com pescador não desejava continuar na mesma linha das pessoas com quem vivera desde quando nascida,por isso via sempre além,e desejava sempre mais.Aos dezessete anos consegueiu um emprego graças a um pescador amigo do seu pai,em uma lanchonete,ganhava muito pouco,trabalhava muito e era cantada quase o dia todo por homens que tinham um cheiro peculiar de peixe,porém tudo era valido pois ela desejava juntar dinheiro para estudar artes.Não acreditava que consegueria uma bolsa pra Sorbonne,e por isso tratara de conseguir meios para aproximar de alguém que trabalhava lá dentro,para conseguir estudar.Seus pais não tinham a noção da importância que Marie dava a isso,desde nova ainda na escola era ambiciosa e não aceitava tirar notas baixas em suas matérias prediletas,muitas vezes virava noite estudando,ou simplismente sabotava a prova de alguém,sempre fora dona de uma beleza exótica que facilitou muitas coisas em sua vida.Perto das eleições para Senado,houve uma grande comício para o povo carente que morava em Marselha,principalmente a comunidade de Pescadores,todo o corpo de eventos do estado estava lá,eram caminhôes arrumando palcos,homens de terno falando no celular,mulheres de scarpin apontando pra la e pra cá.Marie não tinha amigos,desde nova limitava se a não manter amizades pois tinha vergonha de morar no bairro portuário enquanto estudava no centro de Paris,por esse motivo sempre distanciou se de qualquer aproximação inclusive com homens,era chamada de Belle pelas costureiras amigas de sua mãe,que a prometiam casamentos com sobrinhos engenheiros,conhecidos médicos.Belle sabia que o futuro dela estava muito além daquele bairro.(continua)

3 comentários:

Mayara Bandeira disse...

lá vem um conto...! tá suave...
vai ter alguma tragédia no final? aproveitando o cenário em que se passa?

Adrian Troccoli disse...

espero continuações que continuem...vc não/?

Mayara Bandeira disse...

é pra dar mais suspenses?