Eu tentava o máximo chegar quinze minutos antes dela.Sabia que era um ritual,o café da manha na padaria.Eu me sentava no fundo,pedia uma média com torradas,folheava o jornal sem ler nada e acompanhava o relógio na entrada da padaria.As sete e meia ela entrava.Meu coração exultava.E essa taquicardia já durava exatos três meses de observação.Nesse dia,em pleno verão ela não veio.Fiquei desiludido,até me atrasei para ir para o trabalho,mas na manha seguinte eu e minha perseverança nos adiantamos e ela faltou de novo.E assim foi,passou quase um mês e o ritual foi quebrado.Comecei a viver apenas de lembranças,e na minha confusão devido aos remédios para insônia,eu a via.Ela chegava radiante.Era magra,baixa,cabelos bangunçados loiros,olhos cor de mel,usava roupas básicas como calça jeans e blusa regata que nela pareciam a ultima moda em Milão.Óculos de aro fino preto que com a franja caindo na altura dos olhos dava um tom irrestivél.Sempre indecisa nunca sabia o que pedir.E se perdia nos jornais matinais.Quando ia se sentar acaba se enrolando em sua bolsa q usava transversal ao corpo.E eu ria,comigo mesmo mas ria,da ingenuidade e de leveza que ela tinha.Eu me perdia em seus gestos ,mão pequenina levando frutas á boca,derramando café.Sem graça com as brincadeiras da garçonete.Meus olhos ardiam nela e eu percebia isso, o que era, mas interessante.Às vezes tinha vontade de tentar algo mas só a delicia do flerte me bastavam.
Um comentário:
fez pra mim, essa?
haha
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