domingo, 28 de junho de 2009

Nua Nova.


(William Bouguereau )

Momentos certos da vida parece que assistimos em terceira pessoa, o eu vai embora, você é espectador da sua própria vida, você se assiste.


Pouca ou muita luz, quando se sofre, se sofre no extremo.


Você se assiste, a hora se arrasta, você vê todos os movimentos da cena, você lembra de todos os detalhes. As falas, os peculiares sentimentos. A mortalidade se floresce.


As vezes é lindo viver mas é complexo sofrer.


Não se tem um padrão de motivos humanos, não existe um limite, "agora sim, agora o seu sofrimento é válido";" não, não não está sofrendo isso não é nada".


Admiro o bom senso das pessoas quando respeitam o sofrer, sem impor um medidor.




O buraco dentro do peito volta, é um vazio doloroso. Seca a garganta, doí o estômago, o ar entra em escassez, mais um segundo, e você sente algo arranhar sua garganta, e seus olhos humidecem. Você vai chorar.


Descobri que estava errada quando disse que sou uma pessoa que escreve quando está triste, uma poeta das tristezas, estava errada, quando estou triste ou sofrendo , é tão intenso que não se produz, sou uma poeta sim, mas não de momentos extremos. Sou mediana, medíocre.




Minha arte não vale uma bala, mas se quer saber, não tenho intenção que valha.


Não trabalho pra isso, eu só me dispo.




E desnuda eu ando pelos altos.

Um comentário:

Diogo Carreira Fortunato disse...

"é doce morrer no mar, nas aguas doces do mar..."